A cantora Mariene de Castro é a atração principal da festa em comemoração ao Dia do Samba, que será realizada no próximo sábado (7), na Praça Caramuru (atrás do antigo Mercado do Peixe), no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.
Reconhecida como a mais importante intérprete de samba na atualidade, Mariene vai liderar um grupo de mais de 20 sambistas baianos em uma celebração do mais genuíno e importante gênero musical brasileiro, com seis horas ininterruptas de música. Eles se revezarão no palco armado na praça das 6 da tarde até as onze da noite.
No palco, além de Mariene, também estarão presentes Nelson Rufino, Walmir Lima, Edil Pacheco, Juliana Ribeiro, Gerônimo, Alexandre Leão, Roberto Mendes, Firmino de Itapuã, Gal do Beco, Guiga de Ogum, Cláudia Costa, Gabriela Lima, Verônica Dumar, Jorginho Comancheiro, Muniz do Garcia, Vânia Bárbara, Roque Bentenquê, Neto Bala, Fred Dantas, Cicinho de Assis e Chocolate da Bahia, entre outros. O grupo Cor do Brasil será a banda base, acompanhando todos os cantores.
Este ano, a festa do Dia do Samba em Salvador vai homenagear o paraibano Jackson do Pandeiro (1919–1982), cujo centenário de nascimento está sendo comemorado em todo o Brasil – além de forrozeiro de mão cheia Jackson era sambista de primeira e responsável pelas primeiras experiências de fusão do forró com o samba.
“O Dia do Samba é uma instituição da Bahia e do povo baiano”, resume o compositor e cantor Edil Pacheco, que desde 1987 coordena e organiza a festa, com a ajuda de outros sambistas e o apoio de diversas instituições. “Não se trata de um mero show, mas sim de uma celebração deste gênero musical, que indiscutivelmente nasceu na Bahia e hoje traduz um pouco da alma brasileira”, explica.
Origem do Dia do Samba – Em novembro de 1962, dias antes da abertura do 1º Congresso Nacional do Samba, realizado no Rio de Janeiro, o deputado Frota Aguiar apresentou projeto de lei à Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara instituindo o 2 de dezembro como Dia Estadual do Samba. Aprovado em plenário, o projeto acabou sendo vetado pelo então governador Carlos Lacerda. O veto do governador acabou sendo derrubado pelo plenário quase dois anos depois e a lei instituindo o 2 de Dezembro como Dia Estadual do Samba foi promulgada em 29 de julho pelo deputado Vitorino James, presidente da Assembleia, e publicada no Diário Oficial do Estado da Guanabara, no dia 7 de agosto de 1964.
Nesse ínterim, o vereador Luiz Monteiro da Costa apresentou à Câmara de Salvador, em 3 outubro de 1963, um projeto de lei semelhante, instituindo o 2 de dezembro como Dia Municipal do Samba. O projeto foi aprovado e em 18 de novembro o então prefeito da capital baiana, Virgildásio de Senna, sancionou a lei respectiva, cujo artigo primeiro diz que a data de 2 de dezembro, Dia do Samba, “marcará, anualmente, o início oficial do ciclo de festas populares da Cidade do Salvador”.
A primeira comemoração festiva do Dia do Samba, em Salvador, no entanto, só ocorreria nove anos depois, quando foi realizada a Noite do Samba e Dendê, no antigo Campo da Graça. Gilberto Gil, que havia retornado do exílio, foi a atração principal da festa, que contou ainda com os bambas Riachão, Ederaldo Gentil, Edil Pacheco, Walmir Lima e Nelson Rufino. De lá para cá a festa baiana para comemorar o Dia do Samba transformou-se numa referência nacional, registrando participações de artistas como Beth Carvalho, João Nogueira, Paulinho da Viola, Lecy Brandão, João Bosco, Moraes Moreira, Jair Rodrigues, Ivan Lins, Alcione, Benito de Paula, Francis Hime e Elza Soares, entre outros.
SERVIÇO
Dia do Samba
Quando: Sábado (7)
Onde: Praça Caramuru, Rio Vermelho
Horário: das 17h às 23h
Entrada: Gratuita