A luta do negro pela igualdade e liberdade sempre ecoou em inúmeras letras de samba. De Clara Nunes (Canto das Três Raças/ 1974) a Criolo (Povo Guerreiro/ 2018), o ritmo é uma bandeira de resistência e terá esse seu papel exaltado amanhã (16), quando o Grupo Botequim realiza roda de samba em homenagem ao Dia da Consciência Negra, no Pátio da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo, a partir das 21h.
“O samba sempre cumpriu a função de ser uma ferramenta de protesto, como uma das nossas canções, “Grito de Liberdade”, e também na recém-lançada “Pro tempo virar”. Então vamos nos unir em torno desse canto de luta e fazer uma noite de celebração ao Novembro da Resistência, pela diversidade e em apoio a todos os movimentos pela igualdade racial”, adianta o cavaquinista e um dos idealizadores do grupo, Roberto Ribeiro.
E como não existe luta sem coletividade, a roda de samba dessa vez caprichou no número de artistas convidados para engrossar o coro do Botequim. Dividirão o microfone com o grupo os sambistas Zé Firmino, Gal do Beco, Cota Pagodeiro e o Grupo de Oficina de Tambores de Minas, que traz o ritmo, cantigas e danças do Congado Mineiro.
CONVIDADOS - Firmino Rodrigues de Santana Filho, mais conhecido como Firmino de Itapoan, nasceu na Liberdade e já chegou a vender 300 mil discos na década de 1980. O artista é autor de sucessos nacionais como “Samba de Malandro”, “Boa noite pra quem é de boa noite” e “Moinho da Bahia queimou”. Já recebeu a medalha Zumbi dos Palmares pelos seus 50 anos de carreira dedicados ao samba de roda.
Já Gal do Beco é conhecida por muitos baianos como “Dama do Samba da Bahia” Carioca da gema e baiana de coração, por muitos anos à frente do famoso Beco de Gal, carrega a marca de ser uma grande divulgadora do samba de raiz e intérprete de grandes sucessos de compositores como João Nogueira, Cartola, Nelson Cavaquinho e Nelson Rufino.
A Oficina de Tambor Mineiro promove o intercâmbio musical, levando a diferentes regiões do Brasil um pouco mais da cultura afro-mineira, com os ritmos dos tambores, as cantigas e passos de danças do congado de Minas Gerais. O grupo, que tem como facilitador Rick Guuilhem, conversa sobre a história da cultura afro-mineira e apresenta os principais ritmos que compõem o Tambor Mineiro.
Diretamente da Boca do Rio, Cota Pagodeiro é líder do projeto chamado Quinta do Samba do Cajueiro, com realização de rodas de samba mensais e atividade sociais voltadas para crianças da comunidade.
GRUPO BOTEQUIM - Se os convidados são ilustres, os anfitriões não vão deixar barato. Grupo dos mais respeitados hoje na cena do samba tradicional da Bahia e do Brasil, o Botequim vai mostrar um repertório de grandes clássicos do samba e também canções novas autorais
Responsável por ampliar a vivência em torno do gênero musical na cidade de Salvador, o Grupo Botequim também é respeitado pelo trabalho de pesquisa sobre o samba tradicional de todas as regiões do país. Na sua formação, Roberto Ribeiro (cavaco e voz), Pedrão (violão e voz), Tito Fukunaga (flauta e percussão), Mestre Bira (surdo), Lalá Evangelista (percussão) Washington Rodrigues (Violão 7 cordas) e Everton Marco (percussão e voz).
SERVIÇO:
Roda de Samba do Grupo Botequim (Novembro da Resistência)
Participações: Firmino de Itapuã, Gal do Beco, Cota Pagodeiro e Tambores de Minas.
Data: Amanhã (16/11)
Horário: 21h
Onde: Pátio da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo -: Largo Santo Antônio Além do Carmo
Ingressos: R$15,00