Dia 23, tamborismo
Da Redação , Salvador |
16/08/2018 às 12:42
Quintas Gregorianas
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Em agosto, o “Quintas Gregorianas” movimenta a exposição Gregórios, que foi estendida até outubro na Galeria do Teatro Gregório de Mattos. Sempre provocativa e instigadora de reflexões, a programação esse mês ganhou a participação ilustre do poeta baiano Nelson Maca acompanhado do mestre da percussão Jorjão Bafafé.
Na quinta-feira, dia 23, às 19h, o público irá conferir Tamborismo: Poesia & Tambor, performance que nasce do encontro entre a poesia e a percussão. Temas, formatos e ritmos da diáspora africana. O poeta, também professor e idealizador do Sarau bem Black apresenta um conjunto de poemas autorais que transitam entre o belo e bélico, enquanto o mestre da percussão traz para a performance sua longa trajetória na música afro-baiana.
Criada em 2014, a performance Tamborismo: Poesia & Tambor já foi apresentada em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraty. Trata-se de uma forma de expressão da oralidade contemporânea estruturada a partir de elementos da poesia do “poema batuque”, do “slam poetry”, do “dub poetry” e do “rhythm and poety” (rap). Explora o ritmo da língua e do corpo, acompanhada pelo couro e efeitos da percussão afro-diaspórica. Musicalmente, bebe das células rítmicas do candomblé, do reggae, do dub, do rap, do kalyso, do funk carioca e do funk-soul.
Nelson Maca é poeta, militante do Movimento Negro e professor de Literatura Brasileira da Universidade Católica de Salvador. Fundou o Coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia, que articula o Sarau Bem Black, Slam Lonan, Encontro de Literatura Divergente e a Balada Literária da Bahia. Participou de várias coletâneas de poesia e lançou o livro de poemas Gramática da Ira. Estreou a performance “CandomBlackesia: Axé e Poesia na Batida” no XX PERCPAN, com a qual tem se apresentado, ao lado do Afro-Power-Trio, desde 2014. Lançará na segundo semestre de 2018 o livro de contos “Relatos da Guerra Preta”.
Jorjão Bafafé é mestre da cultura popular, carnavalesco, músico, pesquisador e incentivador da cultura. Exemplo vivo da herança africana legada à cultura brasileira, o percussionista sempre teve seu trabalho voltado para a valorização da dança, da música e da cultura Ijexá. Sua história pessoal é um exemplo fundamental para a compreensão da história e da identidade cultural da comunidade afro-descendente na sua comunidade, em Salvador e no Brasil como um todo. Mestre em percussão ijexá, é Ogan do Terreiro Alabeji de Jagum, onde nasceu e vive até hoje. Neto da Yalorixá Maria Amélia, fundadora do terreiro, começou a viver a cultura Ijexá aos 8 anos de idade.