7 de junho, 20h
Da Redação , Salvador |
30/05/2018 às 13:14
Danilo Medauar
Foto: Dedeco Macedo
O vermelho que pulsa, o coração que bate exagerado e os túneis cheios de ideologias. No dia 07 de junho, o palco do Teatro Módulo será ocupado pela visceralidade das composições de Cazuza, que ganham novos arranjos sob a batuta do intérprete Danilo Medauar. Pop, Baião, Reggae e muito mais. Tudo isso às 20h no show Todo Músculo que Sente - uma homenagem a Cazuza, sob a direção de Lelo Filho.
Os novos arranjos revigoram a genialidade e atemporalidade musical daquele que foi um ícone da juventude dos anos 80 e que ainda reverbera atualmente. Danilo Medauar tem a companhia dos músicos Ricardo Flocos (baterista) e Gabriel Xocó (baixista). O show teve sua estreia em abril de 2018, com apenas duas apresentações.
“Nossa estreia foi ótima e com boa recepção de público. Muita gente, que não conseguiu ir assistir aos dois primeiros shows, questionou sobre uma segunda temporada. Com isso, estamos trazendo mais uma apresentação e em um teatro maior. Sem falar, do carinho enorme que tenho por esse trabalho”, conta Medauar.
“Todo músculo que sente, frase de ‘Pro dia nascer feliz’, representa uma das características mais forte dele, que é a visceralidade”, realça Medauar, ao acrescentar que os primeiros contatos com o trabalho do Cazuza ocorreram ainda na infância “quando nos fins de semana minha mãe pegava os discos do Barão Vermelho e os ouvia, só mais tarde fui ter consciência que as composições eram desse furacão chamado Cazuza”.
Com apenas 26 anos e nascido dois anos após a morte do Cazuza, Medauar descreve que a atualidade e sensibilidade das composições o estimularam a pesquisar e a reverenciá-lo. “Antes de sonhar em fazer essa homenagem, músicas como ‘Blues da Piedade’, ‘Ideologia’, ‘Codinome Beija-Flor’, ‘Mal Nenhum’, ‘O Nosso Amor a Gente Inventa’ já faziam parte do meu repertório”, reforça.
Escritas há mais de 30 anos, Danilo Medauar escolheu para Todo Músculo que Sente composições que falam de amor ou descrevem o caos político do país. “Dentre as músicas do repertório, ‘Ideologia’ se encaixa perfeitamente no momento em que vivemos e ilustra uma sociedade apática em meio ao caos político, social, educacional e cultural do país”.
A atonia é sentida, mas Medauar encontra em ‘Blues da Piedade’ um sinal de esperança. “Escrita em parceria com Frejat é, sem dúvida, a canção que mais me emociona. Ela nos mostra que nos queixamos muito e esquecemos que é preciso ter esperança”, pontua.
Para Medauar, a fase pós-Barão, quando começou a lidar com a doença, traz uma maturidade e mostra a visão de Cazuza sobre o mundo e sobre o outro. O show traz três fases da carreira musical de Cazuza: Romântica (Condinome beija-flor; Preciso dizer que te amo), Política (Ideologia) e a o momento Visceral (Exagerado, Pro dia nascer feliz).
Com um público fiel conquistado em apresentações pelos bares de Salvador, Danilo Medauar promete uma noite de saudade sem melancolia, um verdadeiro tributo a um dos maiores poetas contemporâneos brasileiros. “Espero que esse show mostre um pouco de mim através da obra do Cazuza”, convida.
O ator e diretor da Cia Baiana de Patifaria, Lelo Filho é o responsável pela direção do show. “Convidei uma equipe que tenho bastante afinidade e são parceiros da Cia Baiana de Patifaria”, pontua Lelo Filho, que já tem 35 anos trabalhando nos palcos teatrais e agora se aventura a dirigir seu primeiro show.
Para Todo Músculo que Sente – Um tributo a Cazuza, Lelo Filho traz uma cenografia minimalista ambientada em projeções criadas especialmente para o show pelo cineasta Dedeco Macedo e uma iluminação cênica cheia de texturas desenhada por Odilon Henriques e Marcos Motta.
A respeito de Danilo Medauar, o diretor artístico comenta que, “aos 25 anos, é também um jovem músico que quer ir além, pesquisando canções, compositores, ritmos, instrumentos e desejando expandir seu canto com a intensidade de quem ouve a obra de Cazuza como se fossem canções escritas ontem, durante uma noitada que acabou de amanhecer”.