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BLOCOS afro-baianos desfilam no Circuito Osmar a partir deste sábado

Sábado, 10
Da Redação ,  Salvador | 10/02/2018 às 15:17
Blocos afro, uma atração à parte
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  Agremiações como Ilê Aiyê, do Curuzu; Olodum e Filhos de Gandhy, do Pelourinho; Muzenza, da Liberdade; Malê Debalê, de Itapuã; e o caçula Cortejo Afro, do Conjunto Pirajá I, têm atuações que ultrapassam as fronteiras da folia, desfilam neste sábado.

Esse ano, o Ilê tem como tema: “Mandela – A azania celebra o centenário do seu Madiba”, em homenagem a Nelson Mandela. Essa é a segunda vez, em 44 anos, que o bloco homenageia Madiba, considerado o pai da nação africana. “Com certeza o Ilê vai brilhar ainda mais esse ano”, aposta Vovô, presidente e fundador do bloco que reúne, aproximadamente, três mil associados.

O repertório, interpretado com maestria pelas vozes da Band’Aiyê, é um convite para seguir o Ilê em todo o percurso da festa. A primeira música do grupo, “Que bloco é esse”, de Paulinho Camafeu, de 1974, é uma das mais esperadas.

Malê - Horas antes, o bloco Malê Debalê desfila no Circuito Osmar (Campo Grande), por volta das 19h30, com um tema que valoriza o respeito às mulheres. "Nzinga, Jokanas e Francisca: um poder feminista" tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre o respeito ao gênero feminino, com exemplos de mulheres que vão desde a Rainha de Angola, Nzinga; às índias baianas representadas pelas Pataxós, Jokanas; e à mulher de Itapuã com uma figura icônica, D. Francisquinha.

Já o bloco Muzenza, que esse ano completa 38 carnavais, passa pelo Campo Grande por volta das 20h30, com o tema "A América dos ritmos africanos", que exalta a ligação entre os dois continentes. Cerca de 2.500 pessoas vão embelezar as ruas do Centro com diversas alas, como a das baianas.

"A atuação dessas entidades é superior ao período do Carnaval, pois é clara sua inserção na cultura da Bahia, a partir de meados da década de 1970, que transcende a festa, de forma a produzir efeitos diversos, seja na folia, na comunidade de onde são oriundos e na sociedade como um todo. A importância desses blocos vai além da beleza plástica e de suas músicas. Portanto, é importante que as esferas governamentais reconheçam isso e privilegiem o Carnaval dessas associações", comenta o professor e pesquisador Paulo Miguez, da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Apoio - Neste Carnaval, 39 entidades carnavalescas ligadas ao movimento afro serão apoiadas pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Turismo e Cultura (Secult), com um aporte de R$ 1 milhão. As agremiações que receberam a maior parte do apoio financeiro foram Ilê Aiyê, Muzenza, Olodum, Filhos de Gandhy, Malê Debalê e Cortejo Afro.