17 e 20 de dezembro
Da Redação , Salvador |
14/12/2017 às 09:31
Neojibá
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Em dezembro, a Orquestra Juvenil da Bahia encerra a temporada NEOJIBA no TCA com o concerto 250 anos de Brasil Musical – de Padre José Mauricio a Jamberê. A apresentação acontece na quarta, dia 20, às 19h30, no Teatro Castro Alves. A regência será de José Maurício Brandão, diretor da Escola de Música da UFBA. Outras três formações do Programa participam do concerto: Coros Juvenil e Sinfônico e a Orquestra Castro Alves. No repertório, obras de importantes compositores brasileiros dos últimas 250 anos, como Padre José Maurício Nunes Garcia, Alberto Nepomuceno, Carlos Gomes e Camargo Guarnieri.
Jamberê, membro fundador do NEOJIBA, também integra o programa deste concerto, no qual estreia a obra O Cavaleiro do Agreste, escrita por ele em 2008. Esta é a terceira vez que a Orquestra Juvenil da Bahia toca uma música inédita de Jamberê. “Essa foi a primeira peça que eu escrevi pensando no NEOJIBA. Eu a compus ainda no curso de Composição da UFBA. Ela é importante para mim, porque foi a partir dela que eu decidi dedicar todas as minhas peças dentro da graduação para o NEOJIBA”, conta Jamberê.
“O concerto será uma homenagem à música brasileira. A proposta é apresentar composições significativas de cada época. Desde o final do século XVIII, com Padre José Maurício, até compositores contemporâneos, como Mehmari e Jamberê”, conta Eduardo Torres, diretor musical do NEOJIBA, sobre o repertório do concerto. Carlos Gomes será o representante da produção romântica brasileira do século XIX, com a abertura da ópera Il Guarany. Guarnieri representa a produção do século XX, com a Suíte Vila Rica. A obra traz elementos do modernismo brasileiro, com referências a ritmos e melodias ligadas à identidade brasileira como modinhas, toadas, cantigas infantis, rodas de viola e danças afro-brasileiras.
NEOJIBA Itinerante
No domingo anterior ao concerto no TCA, dia 17 de dezembro, às 17h, a Juvenil da Bahia estará junto com o Coro Juvenil do NEOJIBA na Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo para lembrar os 250 anos de nascimento de José Maurício Nunes Garcia (1767-1830). Sob a regência de Luiz Alves da Silva e com Mathias Weibel como spalla convidado, os grupos apresentam as seguintes obras do compositor homenageado: Abertura em Ré Maior; Aleluia Angelus Domini; Omnes de Saba venient; Matinas Para a Noite do Natal; e Te Deum Laudamus.
Padre José Maurício é reconhecido por uma estética transicional com utilização de arcaísmos junto com inovações, em uma mistura que não existia na produção musical brasileira da época. Por isso, ele é considerado como um dos grandes compositores brasileiros do período. Descendente de escravos, o compositor viveu na virada do século XVIII para o XIX (1767 a 1830), nos últimos anos do Brasil Colônia, e presenciou o processo de independência e o início do Império. Suas obras têm estilo sacro. O Padre José Maurício teve uma produção bastante prolífera, com mais de 200 obras conhecidas. Pesquisadores e musicólogos, como Vasco Mariz, acreditam que muitas obras do compositor se perderam e que este número poderia chegar a até 600 composições.