Uma celebração de arrepiar
Da Redação , Salvador |
10/11/2017 às 09:58
Em falei Faraó
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O Olodum fez uma grande festa no Pelourinho para comemorar os 30 anos da música Faraó, um dos maiores sucessos de sua trajetória. A festa aconteceu no último dia 8.
"Este disco é dedicado à comunidade do Maciel/ Pelourinho, a todas as pessoas que lutam contra o racismo, aos nossos ancestrais dos quilombos e da Revolta dos Búzios e a dona Benedita Evangelista de Melo", assina o Grupo Cultural Olodum na contracapa do seu primeiro LP, Egito Madagascar, lançado em 8 de novembro de 1987.
Para festejar os 30 anos do primeiro disco de samba reggae do mundo, o Olodum realizou um encontro dos 120 percussionistas da banda com grandes nomes da música baiana, antigos vocalistas e atual ala de canto do grupo. O show aconteceu no Pelourinho.
"Hoje a festa é para agradecer ao povo da Bahia e a todos aqueles que abraçaram e acreditaram no projeto do Olodum e que torcem para o samba reggae, criado por Neguinho do Samba, permanecer firme e forte. Nós passamos, mas a entidade fica. É essa história de resistência que queremos deixar", diz Lazinho, um dos vocalistas da banda.
Divisor de Águas
"O disco Faraó Madagascar é um divisor de águas. O Olodum apresentou um som diferente, a batida dos tambores, trazendo a marca da cultura negra. Um som potente que conquistou o mundo", afirma o cantor. "Mostramos uma vertente musical diferente daquela que sempre era relacionada à Bahia, ligada ao Tropicalismo", completa Lazinho. O samba reggae criado por Neguinho do Samba ganhou o mundo e encantou músicos como Paul Simon e Michael Jackson, que vieram a Bahia e gravaram com o grupo.
Lazinho ressalta, ainda, o papel do Olodum no processo de revitalização do Centro Histórico. "Ajudamos a mudar a visão errada de que no Pelourinho só tinha coisa ruim. As pessoas começaram a visitar, buscar conhecer o nosso som e a nossa música, passaram a frequentar e valorizar o bairro".