Som pauleira
Da Redação , Salvador |
28/02/2017 às 12:52
GALERA ROQUEIRA
Foto: Alfredo Filho
A Praça Wilson Lins (Pituba) volta a pegar fogo nesta terça-feira (28), última noite do Carnaval de Salvador. O espaço foi o reduto do Palco do Rock neste ano, e logo mais, a partir das 19h, se apresentam as bandas Desafio Urbano, Electric Poison, Headhunter DC, Batrakia, Maldita, Awaking, Indominus, Act Of Revenge e Overdose Alcoólica. Na noite desta segunda-feira (27), o som da guitarra voltou a contagiar os fãs do rock.
Uma das primeiras bandas a agitar no Palco do Rock ontem, a banda Benete Silva apresentou para o público um repertório próprio, com as canções Crazy Sunday, Rock na Favela e Game on Guitar. O grupo ainda arrancou aplausos e admirações após a performance do tema de abertura do Dragon Ball Z - animação que fez a cabeça dos jovens na última década: Cha-La Head Cha-La.
“Não é só o axé e o pagode que predominam na Bahia. Esse público mostra que o rock é forte aqui. Foi uma experiência única, o maior show que fiz na minha vida”, revela o vocalista Benete Silva. Antes, diz ele, a banda só fazia shows em barzinhos. “Foi a primeira vez que toquei num palco grande, com muitas pessoas”, acrescentou.
O Palco do Rock não só reuniu o iniciante como também os veteranos. A banda Circo de Marvin esteve na grade do evento pela quinta vez e levou para os espectadores repertório baseado no disco Modo Hard, lançado em 2015. O vocalista Bruno Souri ressaltou ainda que o rock tem espaço na folia de Salvador, uma vez que a festa vem se modernizando a cada ano, agregando diversos tipos de ritmos.
Luyd Andrade, guitarrista do Clube dos Patifes, a quarta banda a subir no palco na noite, disse que o rock não pode ficar de fora do período de atrações carnavalescas. “Se pegar a música baiana que rola no Carnaval, há vários estilos que convergem. Exemplo disso é que no ano passado Carlinhos Brown trouxe o Angra. Acho isso muito importante, a junção de rock com axé e música baiana”, opina o guitarrista.
Pelo terceiro ano no Palco do Rock, o Clube dos Patifes apresentou hits da discografia dos quatro álbuns dos 18 anos de carreira da banda, incluindo o mais recente, Casas de Marimbondo. “A gente traz um pouco da cultura do candomblé, dos tambores, nas nossas músicas”.
Caldeirão - Para o secretário municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco, é fundamental que a sociedade baiana compreenda o Carnaval como um grande caldeirão de produção musical. “A intenção de a Prefeitura celebrar a Cidade da Música tem exatamente essa perspectiva, de nós absorvemos todos os estilos e produções. Sempre tivemos a tradição de absorver e abraçar todas essas manifestações. Nunca procuramos, na história da música e do Carnaval, restringir qualquer manifestação musical. Pelo contrário, a Prefeitura está aberta para receber produções nacionais, internacionais”, salientou o gestor, que marcou presença no terceiro dia do Palco do Rock.
Tinoco ainda salientou que o evento é uma oportunidade legítima e sincera de produção musical de um segmento importante que a Bahia se constituiu com Raul Seixas, Camisa de Vênus e com produções mais contemporâneas do rock.
O analista financeiro Eduardo Araújo, 30 anos, já participou sete vezes do Palco do Rock e disse que a atração é uma boa alternativa para quem curte o gênero. “Para quem não tem costume de ver shows assim, de grande porte, está ótimo!”. Entre uma selfie e outra com o marido, a atriz Rafaelle Aragão, 29, chegou do Ceará há pouco tempo para morar em Salvador e elogiou a “segurança e tranquilidade” do festival. “Não vi confusão, violência. O público é muito consciente”.