Lançamento, dia 10, MAM
Secult , Salvador |
06/12/2016 às 11:48
Acontece dia 10, MAM
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Passaram-se 35 anos desde que o único vinil do Sexteto do Beco, grupo emblemático da música instrumental baiana, foi lançado e se tornou referência fundamental de um rico período da música na Bahia. Esgotado no mercado há muitas décadas e transformado em objeto de desejo de artistas e colecionadores ao redor do mundo, o disco “com os cata-ventos na capa” volta agora ao mercado fonográfico, remasterizado em edição limitada nos formatos vinil e CD, além de ganhar uma versão digital para download e um website com a história do grupo. Em Salvador, o lançamento acontecerá no próximo sábado (10), às 17h, no Museu de Arte Moderna da Bahia; em São Paulo, acontece um dia antes (sexta-feira – 09/12) na Patuá Discos, a partir das 18h.
O projeto de reedição do vinil Sexteto do Beco, viabilizado através de Edital Setorial de Música da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), é também uma homenagem à memória de dois de seus fundadores: Sergio Souto e Thomas Gruetz, que, junto com Aderbal Duarte, terceiro nome do tripé criador do grupo, influenciou toda uma geração de músicos baianos.
Aderbal, inclusive, ao lado de Andrea Daltro e de outros músicos, será um dos anfitriões da festa de lançamento em Salvador, que se estenderá com um tributo prestado pelo projeto JAM no MAM, na mesma noite de 10 de dezembro: A partir das 18h, a jam session que acontece aos sábados na área externa do MAM-BA será dedicada ao Sexteto do Beco, com a apresentação musical de notórios representantes do “Sexteto” e a execução de pérolas do seu repertório autoral, pela Banda JAM no MAM.
Será também durante os lançamentos em São Paulo e em Salvador, que conta com parceria do selo pernambucano Assustado Discos, que o público terá contato em primeira mão com o LP remasterizado em vinil 180 gramas (são poucas cópias disponíveis) ou, no caso de Salvador, também com o CD – este, trazendo três composições inéditas de Sergio Souto gravadas pelo Sexteto, que integram o disco como bonus track.
Posteriormente, o LP poderá ser encomendado através do e-mail
[email protected] ou da página do selo no Facebook: @AssustadoDiscos. Já informações sobre a história do Sexteto do Beco poderão ser acessadas através do site www.sextetodobeco.com.br ou na página do Facebook localizada por @sextetodobeco.
“Durante nossa produção musical, descobrimos que a estrutura harmônica de nossas músicas, com bastante influência da bossa nova, era muito mais rebuscada harmonicamente que os Standards do jazz. Improvisar em cima dessas harmonias, notadamente além de nossas capacidades técnicas, era um verdadeiro desafio.” – Aderbal Duarte, músico e compositor.
A música do “Sexteto” nasceu com a proposta de criar um som instrumental que utilizasse elementos da cultura musical popular, numa linguagem universal. A abordagem e sonoridade inovadoras criadas por seus integrantes transformou o grupo em um importante laboratório para investigações na área do arranjo, composição e improvisação.
HISTÓRIA
O Sexteto do Beco chegou a contar com 19 músicos interpretando seu repertório autoral, numa big band com sonoridade grande e diversa, arranjos rebuscados, harmonicamente elaborados e ritmicamente sofisticados. Mais de quarenta instrumentistas e cantores fizeram parte do grupo em alguma das suas gravações e apresentações. São artistas como Anunciação, Fred Dantas, Paulinho Andrade, Tuzé de Abreu, Gerson Barbosa, Guimo Mygoia, Zeca Freitas, Kity Canário, Andrea Daltro, Veléu Cerqueira, Rowney Scott, Ivan Bastos e Ivan Huol, todos importantes agentes fortalecedores da música instrumental made in Bahia.
Nessa época, eram os becos, ruelas, garagens e pequenos espaços da capital baiana que serviam de abrigo para a experimentação musical independente. Era um cenário vazio de recursos e intenso em liberdade criativa. Reunindo-se num beco em Pituaçu (vem daí a origem do nome) em inspiradas jam sessions, a turma do “Sexteto” começou a construir sua história, que marcava uma séria ruptura entre o ensino musical acadêmico da Bahia – baseado nos valores da música erudita europeia e na influência dos ícones da musicalidade estadunidense – e a afirmação, no sentido progressivo, das raízes da música instrumental brasileira.
O grupo cresceu, mas não parou de desenvolver, simultaneamente, espaços para pesquisa, composição e aprimoramento técnico instrumental. Com um naipe de sopros pouco usual, composto de quatro flautas, três saxofones, um trompete e um trombone, além da voz soprano de Andreia Daltro, também tratada como instrumento, ele firmou-se com uma sonoridade diferente, própria do grupo, expressada através de composições feitas em função deste instrumental. Entre jam sessions e shows no Teatro Castro Alves, pátio e Teatro do ICBA (Goethe-Institut Salvador), MAM-BA e Teatro Vila Velha, o Sexteto do Beco abriu caminho para outros grupos instrumentais baianos – Garagem, Tríade, Operanóia etc. – e se tornou umas das maiores referências musicais da Bahia contemporânea (hoje com repercussão internacional).
FICHA TÉCNICA (REEDIÇÃO)
Idealização: Sergio Souto (in memorian)
Coordenação artística: Daniel Rangel e Beth Rangel
Produção musical: André Rangel e Gilberto Monte
Coordenação de produção: Gisele Nussbaumer e Gilberto Monte
Assessoria de Pesquisa: Aderbal Duarte
Gestão financeira e mobilização de redes sociais: Diogo Souto
Design: Dandara Almeida
Remasterização: Carlos Freitas, realizada no estúdio Classic Master (São Paulo/SP)
LANÇAMENTO SEXTETO DO BECO EM SALVADOR
Data: Sábado, dia 10 de dezembro de 2016.
Local: Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador (Av. Contorno, s/n).
Horários: 17h (lançamento para convidados do LP remasterizado + CD + Website) e 18h (JAM no MAM especial com participação de Aderbal Duarte e Andrea Daltro).
Ingresso: Os ingressos para a JAM no MAM custam R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia); o acesso dos convidados para ao lançamento, às 17h, será livre.