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ERA SÓ O QUE FALTAVA! Ferries viram palco para festas de pagode

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Jornal da Midia e Redação , Salvador | 16/04/2015 às 15:31
Palcos ambulantes para forrós e pagodes na Baía de Todos os Santos
Foto: REP
    Comprado pelo Governo da Bahia para "resolver" a situação caótica do Sistema Frry-boat, o navio "Zumbi dos Palmares" serve muito pouco à população: é subutilizado na travessia Salvador-Ilha de Itaparica - fica a maior parte dos dias ao largo, parados, que em tráfego. E se não bastasse sua subutilização, a embarcação passou a ser alugado para festas no mar da Baía de Todos os Santos.

   "Bicho no Pé" - Enquanto os usuários são submetidos à regras operacionais da Internacional Marítima, o navio "Zumbi dos Palmares" vira palco para festas de bandas de pagode e forró. Está tudo em casa. Embalada pelo ritmo do refrão do pagodeiro Igor Kannário, a concessionária que o governo deu tudo para vir para a Bahia sabe que é assim que funciona a coisa: "É tudo nosso, nada deles; É nada deles, é tudo nosso"!. Verdade.

O grupo farrozeiro "Bicho do Pé" fez a maior festa dentro do equipamento público nesta quarta-feira (15). Denominada de "Bolt Ferry", a festa teve ampla divulgação nacional, com programação na mídia com bem antecedência, inclusive no site oficial da banda. Mas o governo não tomou qualquer providência para evitar o desvio do uso do patrimônio público para fins que não fossem aqueles que estão no contrato de concessão - repetindo, o navio "Zumbi dos Palmares" não pertence à Internacional Marítima. É um bem público, adquirido com o dinheiro do cidadão, para atuar na travessia. 

Casa de Noca - Será que a Agerba não sabia da festa promovida no ferryboat "Zumbi dos Palmares"? A Agerba, como agência de fiscalização, não prometeu que iria acompanhar e fiscalizar "como nunca" a utilização e a conservação do patrimônio público, para que não ocorresse o que ocorreu com a TWB, que acabou com os navios? Será que a Agerba não recebe relatório do dia a dia a dia das operações feitas pela Internacional Marítima? Virou casa de noca mesmo. Sai a TWB e entra a Internacional, empresa ligadíssima aos Sarneys do Maranhão. E o mangue continua!

Um absurdo a "justificativa" da Agerba divulgada pelo site "Metro1", segundo a qual a Internacional Marítima pode fazer uso comercial da embarcação ''desde que não atrapalhe ao funcionamento normal do sistema ferryboat''. Isso é uma vergonha. Os dois navios comprados por R$ 56 milhões vieram com o objetivo de transportar passageiros e veículos na travessia e jamais para ser alugado para festas de pagode e farró.