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BLOCOS AFROS revoltados com cachê de Monalisa e dos trios pipocas

É por essas e outras a revolta dos diretores do blocos afros
Tasso Franco , da redação em Salvador | 20/02/2015 às 10:11
Luana Monalisa valeu mais do que o Ilê e o Olodum
Foto: BN
   O presidente do Olodum, Jão Jorge, protesta. Outras entidades afro que recebem pequenos cachês do Carnaval Ouro Negro também protestam diante da divisão de verba pública destinada aos trios pipoca,que foram beneficiados muito mais do que essas entidade. 

   Ex-líder do Chiclete com Banana, Bell Marques estreou quinta-feira (12) sua carreira solo no Carnaval com o maior cachê, de R$ 300 mil. O ex-Parangolé Léo Santana vem atrás dele, com R$ 210 mil. Já Luiz Caldas, festejado como o pai do axé, recebeu R$ 190 mil. Uma cantora - que poucos ouviram falar - Luana Monalisa levou R$120 mil.

    Para efeito de comparação, as entidades top do mundo afro baiano receberam R$110 mil a R$120 mil.
O governo da Bahia  desembolsou R$ 7,5 milhões para a contratação de artistas.

   O valor dos cachês varia de acordo com o que o artista cobra no Carnaval para tocar em outros lugares, diz o secretário de Turismo da Bahia, Nelson Pelegrino. “É uma negociação com a atração. Um cara como Bell, pelo que ele cobraria para tocar no Carnaval de São Paulo, cobrou barato para nós”, avalia a Folha de SP.

A escolha de quem fica dentro das cordas do patrocínio público, segundo Pelegrino, é delegada ao Conselho do Carnaval, entidade formada por donos de blocos, camarotes e empresas ligadas à festa, além do “notório reconhecimento público”.

   “Temos uma política de ajudar os pequenos, mas também estimular os grandes a baixar as cordas, para dar mais opções ao folião pipoca”, afirma.

O secretário se negou a comentar o cachê de Luana Monalisa, porque as negociações de valores, segundo ele, ficam a cargo do presidente da empresa de fomento Bahiatursa, Diogo Medrado. A reportagem não conseguiu localizar Medrado nesta sexta.

Completa a lista dos grandes cachês Jorge Aragão (R$ 111 mil), Margareth Menezes (R$ 100 mil), Babado Novo (R$ 80 mil), Ninha (R$ 80 mil), Mariene de Castro (R$ 67 mil), Edy City (R$ 50 mil) e Filhos de Jorge (R$ 35 mil).

Os valores foram publicados no “Diário Oficial” do Estado.