Com o tema “Etiópia, A Cruz de Lalibela, O Pagador de Promessas” banda faz um paralelo
entre o país africano, o templo religioso e o filme nacional
Lab da Noticia , Salvador |
12/02/2015 às 17:49
Banda Olodum, cantores
Foto: Kanal 00
Depois de homenagear Gana (em 2014), banda do Pelourinho volta novamente seus olhos para a África. Desta vez, fala da intolerância religiosa, chamando a atenção para a Etiópia (berço onde a humanidade começou a jornada pela vida), a Cruz de Lalibela (templo de peregrinação no país africano) e o filme nacional “O Pagador de Promessas”.
Batizado de “Etiópia, A Cruz de Lalibela, O Pagador de Promessas”, o tema do Carnaval de 2015 será visto na sexta-feira, dia 13, no circuito Batatinha e Osmar, no dia 15, domingo no circuito Dodô e na terça-feira, 17, volta ao circuito Osmar. Todo o verão da banda internacional da Bahia tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal e da Petrobras.
Dono de vários sucessos no decorrer dos seus mais de trinta anos de história como “Deusa do Amor”, “Protesto Olodum”, “Rosa” “Requebra”, “Faraó”, “Madagascar”, “I Miss Her”, “Olodum pra Balancar” e “Berimbau”, a banda do Pelourinho lança mais quatro canções e regrava uma tradicional música francesa. A canção de trabalho do grupo para temporada 2015, “Doce Mel”, de Narcisinho, Gessica Rezende e Zenilton Ferraz, que fala de amor. Um regravação de “Non, Je ne regrette rien", de Charles Dumont/ Michel Vaucaire, que foi eternizada na voz de Edith Piaf, já está no repertório. O grupo apresenta ao mercado também “Lalibela Olodum”, composição de Alisson Lima e Angelo Lima, “O Timkat da Etiópia”, de autoria de Adailton Poesia, e “Começo da História” que tem Diggo de Deus como compositor, músicas escolhidas no último Femadum.
Ao longo de toda trajetória, marcas importantes foram alcançadas, como os 26 anos da Terça do Olodum, um dos
eventos mais cotados e esperados da capital baiana; 27 anos da gravação do LP Egito Madagascar, o primeiro disco do grupo e que é considerado o primeiro álbum de samba-reggae do mundo; 24 anos de inauguração da Casa do Olodum; 23 anos da maior tour de uma banda brasileira na Europa, em 1992, e do Desfile do Bloco Olodum no Carnaval de Londres Nothing Hill Gate. No decorrer dos 35 anos, o Olodum se tornou um dos maiores representantes da cultura baiana e afro-brasileira por todo o mundo, promovendo um trabalho social voltado para as camadas mais necessitadas da capital baiana, além de estimular o comprometimento cultural do povo baiano e de milhares de
pessoas em diversos países.
Desde dezembro começaram os ensaios do bloco Olodum. Nos domingos, a percussão do grupo se encontra, junto com o balé para treinar e executar o que será apresentado no Carnaval do Olodum. Este é considerado um momento em que os fãs encontram uma demonstração da alegria e originalidade apresentado na festa momesca todos os anos. Conhecido por baianos e turistas de vários países, um dos mais tradicionais ensaios de verão de Salvador, a Terça do Olodum, acontecerá na Praça Tereza Batista, no Pelourinho, em todas as terças de janeiro. No local, o público pode curtir em média de três horas de apresentação, o melhor do samba-reggae mundial, sempre com a participação de convidados especiais e renomados no universo musical brasileiro. Neste ano, passou por lá nomes como Cheiro de Amor, Tuca Fernandes, Saulo, Bell Marques, Leo Santana e É o Tchan.
História
O grupo surgiu de uma brincadeira carnavalesca em 25 de abril de 1979 entre os amigos Carlos Alberto Conceição, Geraldo Miranda, José Luiz Souza Máximo, José Carlos Conceição, Antônio Jorge Souza Almeida, Edson Santos da Cruz e Francisco Carlos Souza Almeida. O que era para ser uma opção de lazer momentânea para os
moradores do Maciel-Pelourinho ganhou todo o mundo.
A palavra Olodum é de origem Yorubana, idioma falado pelos Yorubás vindos da Nigéria e do Benin para
a Bahia em séculos passados. A palavra completa é Olodumaré – o Deus criador, o Senhor do universo e representa no Candomblé um princípio vital, a Suprema Ordem Fundamental - SOF.
O grupo ganhou sonoridades diferentes, transformou a musicalidade africana calcada na percussão e originou
novos ritmos, como o Ijexá, Samba, Alujá, Reggae, Forró e se transformou numaexpressão viva do samba-reggae, ritmo idealizado por Neguinho do Samba. Daí em diante, o que era apenas um sonho, virou realidade. O Olodum conquistou o mercado musical e se transformou numa das bandas percussivas de maior sucesso no Brasil e até internacionalmente.
As cores que representam a banda também não foram escolhidas ao acaso. Todas juntas formam a base do
Pan-Africanismo, Rastafarianismo e do Movimento Reggae. São as cores internacionais da diáspora africana e constituem uma identidade internacional contra o racismo e a favor dos povos descendentes da África. O verde, as florestas equatoriais da África. O vermelho, o sangue da raça negra. O amarelo, o ouro da África (maior produtor mundial). O preto, o orgulho da raça negra. O branco, a paz mundial.
A banda já percorreu países como França, Estados Unidos, Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, Suíça, Escócia,
Noruega, Dinamarca, Inglaterra, Argentina, Espanha, Eslovênia, Canadá, Japão, Chile, Escócia, Cuba, Angola, Senegal e Benin, Portugal, Irlanda, Irlanda do Norte, Turquia, Israel, Finlândia, México, Venezuela, Austrália, Guiana
Francesa, Coréia e Senegal.
Já encantou artistas como Michael Jackson, Linton Kesey Johnson, Paul Simon, Julian Marley, Gal Costa, Caetano
Veloso, Xuxa, Ivete, Cidade Negra, Caetano, Gil, Tim Maia, Jorge Ben, Elba Ramalho, Daniela Mercury e Carlinhos Brown. Conquistou títulos como de Torcida Oficial da Copa do Mundo e os percussionistas já estiveram em duas aberturas de jogos mundiais.
CARNAVAL
BLOCO AFRO OLODUM 2015
TEMA: “Etiópia, A Cruz de Lalibela, O
Pagador de Promessas”
Circuito
Batatinha
Dia:
13/02/2015 (SEXTA-FEIRA)
Desfile: Tradicional - Pelourinho –
Concentração às 16h (Saída às 17h) Rua das Laranjeiras, em frente
a ESCOLA OLODUM
Dispersão: Largo
do Pelourinho, encerrando essa primeira parte do desfile.
Circuito
Osmar
2º
Desfile: Campo Grande
Concentração às
19h (Saída às *20h)
Dispersão: Praça
Castro Alves), até a passagem do Bloco pela passarela do
Campo Grande, passada a passarela, a percussão deixa de
desfilar no chão, e um grupo formado por aproximadamente 30 (trinta)
percussionistas passam a tocar em cima do Trio com os instrumentos
amplificados, acompanhando os cantores, sem utilização de base de
harmonia.
Circuito
Dodô Barra/Ondina
Dia
15/02/15 (DOMINGO)
Concentração
às 14h (* Saída às 15h)
Dispersão: Ondina / Rua Ademar de Barros
Circuito
Osmar /Campo Grande
Dia
17/02/15 (TERÇA-FEIRA)
Concentração
às 16h (*Saída às 17h)
Dispersão: Praça Castro Alves
*
Horário depende das autoridades e órgãos públicos