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MALÊ DEBALÊ recebe congratulações da CMS por seus 35 anos

Moção foi apresentada pelo vereador Toinho Carolino
| 27/03/2014 às 00:03
Carolino: parabéns para o Malê
Foto: Limiro Besnosik

O bloco afro Malê Debalê recebeu uma moção de congratulações da Câmara de Salvador por seus 35 anos de existência, comemorados no último domingo, por iniciativa do vereador Carolino (PTN). A agremiação foi fundada por um grupo de moradores de Itapuã e segundo o edil, tem na dança e na música um forte elo com a tradição herdada da cultura afro, mesclada com o viver popular e o mental coletivo contemporâneo de sua comunidade praieira.

Em sua justificativa o trabalhista cita que “a Instituição foi organizada para promover ações culturais, recreativas e sociais com dois objetivos básicos: o de proporcionar aos seus integrantes uma alternativa para participação nos festejos carnavalescos e realizar ações visando a melhoria da qualidade de vida dos moradores do bairro de Itapuã. Alcançando a expressiva média de quatro mil integrantes possui uma bateria acústica composta por 150 percussionistas e quatro maestros. Possui ainda 19 alas de dança e um total de mil e quinhentos dançarinos”.

Sobre o grupo o Jornal New York Times já classificou como “maior ballet afro do mundo”. Seus espetáculos são reconhecidos por órgãos oficiais do Estado e pela mídia nacional, como uma das mais autênticas tradições da cultura negra baiana traduzindo, em essência, a simbologia da afrodescendência e o imaginário da comunidade de Itapuã. O nome foi uma homenagem à Revolta dos Malês, a mais célebre revolta escrava de Salvador, nos idos de 1835.

O bloco representou o Brasil no Festival Internacional de Caribe, no México, em 2000. No plano social, desenvolve projetos sociais, em especial para os jovens afrodescendentes mais carentes e moradores do bairro. Entre eles estão o Fórum de Parceiros da Educação; parcerias com Universidade Federal da Bahia (UFBA) envolvendo as Escolas de Dança (para formar grupos de dançarinos) e de Música, para preparar de agentes multiplicadores de percussão, Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) e Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) para cursos profissionalizantes em informática.

O legislador ressalta que em todos os cursos oferecidos o indispensável é o debate acerca de temas ligados à cidadania, relações de gênero, história do povo negro, além de oficinas de produção de texto buscando sempre valorizar a formação do indivíduo. “O Malê tem na história da Bahia a sua referência. Considera como missão não contá-la apenas, mas se tornar um exemplo dessa história seguindo, interferindo e contribuindo com a cultura baiana utilizando a mesma postura de resistência à dominação dos nossos ancestrais”, enfatiza.

Os seus dirigentes e componentes, segundo Carolino, têm plena consciência de que a participação no Carnaval, ano a ano, não está restrita ao simples desfile: “Ao ir para as ruas durante o período do carnaval, reproduz o compromisso de defender a força de uma cultura herdada historicamente. Assim, através da alegria, a Sociedade Cultural e Recreativa e Carnavalesca Malê Debalê apresenta nossos valores rítmicos, danças, valores, crenças e expressões de um ser baiano, que durante os 365 dias do ano trabalha, enfrenta as dificuldades, convive, ama e se orgulha de pertencer a uma rica cultura construída pela vivência em comunidade”.