Valor das passagens foi acrescido em R$ 1, no dia 1º de fevereiro.
Segundo Agerba, taxa cobrada será investida na melhoria do espaço
G1 , Salvador |
04/02/2014 às 11:52
Um absurdo no Terminal Náutico com a população mais pobre
Foto: G1
O início da cobrança de uma taxa de embarque no Terminal Náutico da Bahia, que está em vigor desde o dia 1º de fevereiro, tem provocado reclamações do usuários das lanchas que fazem as travessias Salvador- Mar Grande.
Na noite de segunda-feira (3), a maioria dos passageiros disse que não foi informada previamente da cobrança, que provocou um aumento de R$ 1 no valor total das passagens.
Antes da medida, os usuários do sistema pagavam o valor de R$ 4,20 nos dias úteis e R$ 5,20 nos finais de semana e feriados. Desde o dia 1º de fevereiro, entretanto, os valores aumentaram, respectivamente, para R$ 5,20 e R$ 6,20.
De acordo com a contadora Roberta Deja, que é usuária do serviço, o aumento não foi informado com antecedência. "Não houve aviso. Estudantes com o dinheiro contado. Mães com dois, três filhos que estudam em Salvador chegam e não atravessam porque não têm o dinheiro", relata.
O estudante Douglas Souza também reclama da cobrança da nova taxa. "Nós, estudantes, fazemos a travessia todos os dias e é um gasto muito grande. A gente não tem direito a meia-passagem e não é avisado dos aumentos. Então, fica difícil a gente se manter estudando em Salvador", relata.
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Além das taxas, os usuários reclamam muito dos serviços fornecidos no Terminal Náutico. O bíologo Fábio Santos é um dos passageiros insatisfeitos. "Nós não temos um assento confortável. Não temos um atendimento de qualidade. Não temos um bebedouro. Não temos um banheiro digno de utilização. Nada disso", reclama.
De acordo com a Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab), o valor acrescido na passagem "não é cobrada e nem vai para a receita do operadores da travessia". Segundo a associação, a taxa é cobrada pela Socicam Náutica e Turismo, empresa que administra o Terminal Náutico.
Segundo a Socicam, a cobrança de uma taxa de embarque é comum a qualquer terminal de passageiros. Ainda conforme a empresa, o valor não vinha sendo cobrado porque o próprio poder público administrava o espaço até setembro de 2013. Como a Socicam ganhou licitação para gerenciar o terminal, a cobrança da taxa foi autorizada pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba).
Segundo a Agerba, todos os terminais rodoviários e hidroviários podem cobrar estas taxas para a manutenção dos locais. A agência ainda informou que o dinheiro cobrado no terminal deverá ser usado para melhorar a estrutura do local e os problemas apontados pelos usuários. A Socicam nega que não tenha informado o início da cobrança com antecedência e relata que distribuiu panfletos com a informação no próprio terminal.