O Dia Nacional do Samba, comemorado no dia 2 de dezembro, foi antecipado na capital baiana com uma caminhada que reuniu nove trios elétricos desfilando no circuito Osmar (Campo Grande) na tarde do último domingo (1°). Promovida pela União das Entidades de Samba da Bahia (Unesamba), a oitava edição da Caminhada do Samba reuniu milhares de pessoas no Centro da cidade, fazendo uma prévia do carnaval – que no próximo ano acontece entre os dias 27 de fevereiro e 4 de março.

   O contou com a participação dos maiores blocos de samba da Bahia: Alerta Geral (Fora da Mídia), Alvorada (Grupo Bambeia), Amor e Paixão (Sangue Brasileiro e Movimento), Pagode Total (É o tchan, Patrulha do Samba, Grupo Pagode Total e Terra Samba), Proibido proibir (Banda Katulê), Q Felicidade (Os íntimus, Reduto do Samba (Paparico), Samba Popular (A Grande Família) e Vem Sambar (Viola de Doze). A festa teve o apoio da Prefeitura de Salvador e do Conselho Municipal do Carnaval.

    Por volta das 15 horas, a Avenida Sete de Setembro já estava completamente tomada pela multidão, mostrando a disposição dos sambistas baianos. “Esta caminhada é um resgate das tradições baianas e o grande número de pessoas aqui presentes confirma que as raízes do samba estão em Salvador”, ressaltou o presidente da Unesamba e do bloco Alerta Geral, José Luiz Lopes, mais conhecido como Arerê.

    Os blocos fizeram o mesmo percurso do Circuito Osmar (Campo Grande), do Carnaval de Salvador, sem cordas, tocando clássicos de grandes sambistas baianos como Riachão, Batatinha, Ederaldo Gentil, Tião Motorista e sambas de todas as épocas. Neste ano, a homenageada foi Arany Santana, atual diretora do Centro de Cultura de Políticas Identitárias da Secretaria Estadual de Cultura e fundadora do Illê Aiyê, bloco afro mais antigo do Brasil com 40 anos de existência completados neste ano. Todo o leite arrecadado será entregue a entidades filantrópicas de Salvador. 

 História

O Dia do Samba faz uma homenagem ao compositor carioca Ary Barroso na data em que o músico conheceu Salvador. De acordo com o Ministério da Cultura, a data foi instituída em 1963. “O Samba de Roda do Recôncavo Baiano – uma das mais importantes e significativas expressões musicais, coreográficas, poéticas e festivas da cultura brasileira – teve a sua inscrição no Livro de Registro das Formas de Expressão em outubro de 2004”. No ano seguinte, ele foi proclamado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como “Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade”.