Criatividade, técnica e respeito à tradição foram os destaques no do primeiro dia no Seminário sobre Escolas de Samba realizado na Ilha de Itaparica nesta quinta-feira (28). O evento foi aberto pelo Quarteto Bossa Samba Choro Social Clube, tocando a música com solo de cuíca, "Samba de uma nota só "de Dorival Caymmi. Em seguida, o sambista e produtor do evento, Alaor Macedo cantou "O renascer das cinzas", uma música autoral.

“Queremos potencializar a cultura do nosso Estado que será um diferencial para essa que é a maior festa popular do planeta. Destacamos ainda que na cultura não pode, nem deve haver competição, mas espaço para todos os artistas mostrarem suas artes”, disse o cantor, compositor, idealizador e executor do projeto, Alaor Macedo.

O primeiro palestrante da noite, o sambista Luiz Alberto de Oliveira Botelho do Rio de Janeiro destacou a importância da organização para o inicio de todo o processo das escolas de samba e a complexidade de colocar uma escola de samba para desfilar na rua. “Tudo começa com a sinopse, que conta a história e para isso, é feita toda a pesquisa sobre o tema escolhido o máximo de precisão nos adereços, alegorias e no enredo. Este mercado movimenta milhares de empregos diretos e indiretos durante todo o ano e não apenas no período do carnaval”, destacou.

A importância das baianas e da velha-guarda, além do mestre-sala e porta-bandeira foram os destaques na palestra A Dança dos Tradicionais, de Magda Angélica, também da capital fluminense. Conforme ela, deve haver ajuste em todo o desfile. “Embora seja algo tradicional, o aprimoramento sempre é necessário”, destacou ela que foi criada às voltas com a escola do pai, mestre Dionísio, para a formação de porta-bandeiras e mestre salas. “É muito gratificante saber que grandes nomes passaram e se aprimoraram lá e hoje são sucesso internacional”, acrescentou.

O documentário Carnaval de luxo e desilusão: A história das escolas de samba de Salvador, feito pela jornalista Conceição Ferreira, mostrou depoimentos de pessoas que vivenciaram as escolas de samba da Bahia e o desejo do retorno desse grande espetáculo. O grupo Samba Social Clube Final encerrou o espetáculo.