Primeiros sinais de civilidade nas praias de Salvador no próximo verão
Tasso Franco , da redação em Salvador |
12/11/2013 às 08:04
Porto da Barra tem mais de 70 ambulantes
Foto: BJÁ
Duzentas tendas, cadeiras de aluminío e todos vendedores uniformizados são algumas das mudanças que acontecerção nas praias de Salvador no próximo verão. O prefeito ACM Neto deve anunciar as medidas ainda neste mês e a ideia é começar o projeto a partir de 1º de dezembro.
A Secretaria de Ordem Pública do Município (Semop) pretende ordenar o comércio informal nos cerca de 65 km de orla marítima, que compreendem o trecho de São Tomé de Paripe à praia do Flamengo, e não serão mais permitidos fazer frituras de comidas na areia.
Não há limites para a quantidade de ambulantes. No entanto, para os barraqueiros, só serão disponibilizadas 200 tendas móveis. O número restrito, segundo a titular da Semop, Rosemma Maluf, foi estipulado pela Superintendência do Patrimônio da União, pois se trata de área federal.
"A intenção não é acabar com a fonte de renda do vendedor. Só queremos organizar o que já existe. Não há pretensão alguma de transformar Salvador em uma Suíça. Os vendedores ambulantes nas praias são personagens da cultura da nossa cidade e não vamos privá-los de exercer suas funções", disse.
Enquanto ambulantes receberão coletes e crachás com identificação, os 200 proprietários de barracas contemplados pela prefeitura terão que trabalhar com o "kit praia", composto de uma tenda de 9 m², 40 cadeiras reclináveis de alumínio, 20 ombrelones (guarda-sóis) de até 2,40 m de diâmetro e 20 banquetas.
Licenciamento
Quem vai se licenciar pela primeira vez pagará R$ 250, que serão reajustados, anualmente, conforme o que for comercializado na barraca. As estruturas só poderão estar montadas das 7h às 19h e só devem ser dispostas na faixa de areia de acordo com a demanda de clientes.
"Dessa forma, a faixa de areia não vai ficar superlotada. Quem optar por não sentar em nenhuma barraca terá espaço suficiente para estender sua toalha e aproveitar a praia", afirmou.
Também estará proibida a fabricação de alimentos na areia. Ou seja, vendedores de queijo coalho, acarajé e peixe fritos, comuns nas praias de cidade, deverão assar e fritar seus alimentos em outros locais para que possam comercializá-los na areia.
Tal medida, segundo Rosemma Maluf, atende questões ambientais: "A água do cozimento e o óleo da fritura, geralmente, são despejados na própria areia, o que prejudica o meio ambiente".