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PARADA GAY de São Paulo tem discurso politico contra pastor e festa

Nas ruas, o bom humor dos presentes foi a marca da festa.
Terra , SP | 02/06/2013 às 18:09
A dançarina Adriana Bombom foi um dos destaques
Foto: Ag news
Com chuva intermitente e público abaixo do esperado, a 17ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) foi iniciada por volta das 13h, na avenida Paulista, com um público disposto a se divertir atrás do trio elétrico e a externar a busca e a manutenção dos direitos conquistados pelos militantes da causa.

Enquanto a organização previa a presença de pelo menos 4 milhões de pessoas, a avenida Paulista apresentava vários clarões entre os trios que se apresentaram. A Polícia Militar, assim como no ano anterior, não realizou estimativa de público. No carro que abriu o evento estavam a ex-prefeita de São Paulo e atual ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT-SP), e o atual prefeito, Fernando Haddad (PT).

Nas ruas, o bom humor dos presentes foi a marca da festa. O casal formado pelo estilista José Roberto Fernandes, 62 anos, e pelo cabeleireiro Marcos César, 40, foi para a Paulista caracterizados como o Papa Francisco e São Francisco de Assis.

"Sou católico e acredito que a igreja deveria se abrir mais ao que está acontecendo. Fiz uma homenagem ao Papa. Meus amigos argentinos dizem que ele é um tanto radical à nossa causa. Quero ir para o Rio de Janeiro na Jornada da Juventude, mas não assim. Senão seria excumungado", diverte-se.

Marcos César afirmou que o mais importante é a paz entre as pessoas. "O que a gente prega é o amor. Homofobia não combina com isso. Aqui na festa o pessoal fica mais solto, é mais tranquilo. Mas no dia a dia, nem sempre é assim.

O também cabeleireiro Carlos Paulo da Silva, 35 anos, preferiu uma fantasia típica de Carnaval, em que homenageou Iansã, orixá popular da Umbanda e do Candomblé. Ela é conhecida como a deusa da espada de fogo e das paixões.

"A fantasia foi feita especialmente para a Parada Gay. É um momento em que as pessoas se divertem e lutam pelos seus direitos", diz. O deputado Marcos Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, também não foi esquecido. Em vários pontos da avenida podiam ser vistos cartazes com a inscrição "fora Feliciano".

O deputado Marco Feliciano, que preside a CDH da Câmara desde 7 de março, é pastor da igreja Assembleia de Deus. Causou polêmica em 2011, quando publicou declarações polêmicas em seu Twitter sobre africanos e homossexuais. O parlamentar, que está em seu primeiro mandato, postou, à época, que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição". Em função das mensagens homofóbicas e racistas, ele é alvo de protestos desde que foi indicado para o cargo na comissão.