Pedro Costa citou três pontos essenciais para a sobrevivência da festa: a satisfação do folião, o aspecto econômico e a satisfação do Estado promotor
Ascom EB , Salvador |
27/03/2013 às 18:46
Câmara de Vereadores mantém debate sobre o Carnaval
Foto: DIV
O presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal, Edvaldo Brito (PTB), reuniu os seus membros vereadores Soldado Prisco (PSDB), Suica (PT) Silvio Humberto (PSB) e Hilton Coelho (Psol) e ouviu mais dois protagonistas do carnaval sobre o Afródromo. Um deles, João Jorge, presidente do Olodum, quer o Afródromo com visibilidade e nos principais circuitos de Salvador.
O outro, Pedro Costa, presidente do Conselho do Carnaval, diz que a ideia precisa ser amadurecida. Foi um debate esclarecedor, mostrando as várias faces que envolvem a criação de um novo circuito, como pretendem os idealizadores do Afródromo, proposto para ser instalado no Comércio.
João Jorge defendeu a democratização do carnaval, pois, segundo ele, só existe um circuito no carnaval de Salvador, que é a Barra. “O Campo Grande é um natimorto e o Afródromo já existe na Rua Chile, onde os blocos afros desfilam sem qualquer visibilidade”. O presidente do Olodum questionou a tributação, com blocos desiguais pagando os mesmos tributos, além do que os grandes blocos e os grandes camarotes têm incentivos oficiais através de patrocinadores, que não chegam para os afros.
“O prefeito ACM pode mudar o carnaval, mudando a fila. Vereadores também podem resgatar a festa e aperfeiçoar os mecanismos de distribuição de recursos, o modelo de financiamento, e rever o horário de desfiles com atrações alternadas de todos os tipos tendo visibilidade nas TVs, além de democratizar o Conselho do Carnaval”, concluiu João Jorge.
Pedro Costa citou três pontos essenciais para a sobrevivência da festa: a satisfação do folião, o aspecto econômico e a satisfação do Estado promotor. Segundo ele, “é preciso amadurecer a ideia do Afródromo, como e onde vai ser feito, como será sustentável, de onde virão os recursos”. Argumentou que o conselho é o espaço mais democrático do carnaval, mas é possível aperfeiçoá-lo e democratizá-lo ainda mais.
O vereador Sílvio Humberto (PSB) disse que não viu conflitos nas exposições da noite, nem na de Alberto Pitta, ocorrida anteriormente na comissão: “se as coisas não são excludentes, temos que achar o caminho do meio”. Edvaldo Brito completou: “é bom lembrar que nós, os vereadores, somos poderosos, e poderemos mudar a realidade do carnaval, de acordo com o que quer a maioria da população. Vamos continuar trabalhando para chegarmos a um consenso”.