Faltando apenas 1 mês para o Carnaval não haveria tempo para implantar o projeto
ASCOM , Salvador |
07/01/2013 às 17:25
ComCar diz que Brown tem que submeter o projeto ao Conselho
Foto: DIV
O Conselho Municipal do Carnaval protocolou, nesta última sexta-feira (4), um ofício no gabinete do prefeito ACM Neto em que não recomenda a criação de um novo circuito – o chamado Afródromo – para o Carnaval de Salvador 2013. A decisão foi tomada, por unanimidade, pelos membros do Conselho durante reunião realizada no dia 20 de dezembro. O carnaval este ano acontece entre os dias 7 e 12 de fevereiro, ou seja, daqui a 30 dias, e fará uma homenagem à guitarra baiana.
De acordo com o presidente do ComCar, Pedro Costa, a recomendação pela não autorização de um novo circuito na folia momesca se deve pela não apresentação do projeto ao Conselho. “Em nenhum momento, o projeto foi apresentado ao Conselho ou aos seus membros representativos, formado pelos poderes municipal, estadual e legislativo, além de associações, sindicatos, federações de músicos, cronistas, artistas plásticos, blocos e entidades carnavalescas. Nenhum dos segmentos que compõe o Conselho foi também procurado, o que nos causou estranheza, uma vez que o órgão legalmente constituído para deliberar sobre o Carnaval de Salvador é o ComCar”.
Segundo ainda Pedro Costa, a decisão pela não recomendação foi amplamente discutida pelo ComCar em função de alguns pontos obscuros que norteia o projeto divulgado pela imprensa, como a garantia de segurança, saúde e limpeza; impactos ambientais e sobre o patrimônio histórico; concessão de espaço público; e conflitos de interesses econômicos relacionados aos patrocinadores oficiais do carnaval. “Além de interferência negativa sobre os circuitos oficiais, como por exemplo o circuito Osmar (Campo Grande), que vem ao longo dos últimos anos tendo uma atenção especial por parte da Prefeitura de Salvador e pelo ComCar para sua revitalização. Sem contar os impactos negativos no circuito Batatinha (Centro Histórico), que se caracteriza pelos desfiles e manifestações culturais de pequenas entidades carnavalescas, em especial os afrodescendentes, apoiadas pelo poder público”, completa o presidente do Conselho.
O projeto não conta também com o apoio de entidades que representam cerca de 140 instituições de matriz africana, como, por exemplo, a União de Afoxés, Afros, Reggaes e Samba do Estado da Bahia (Unafres). “Devemos alertar também sobre o impacto negativo que poderá ser causado pelo novo circuito à imagem do Carnaval e ao turismo de Salvador, já que mais de 30 mil turistas desembarcarão no Porto de Salvador para desfrutar da festa, impossibilitando o acesso de transporte e deslocamento desses turistas dentro da capital baiana, principalmente, na Cidade Baixa”, completa Pedro Costa.
ComCar
O Conselho Municipal do Carnaval é composto por 25 membros representativos dos poderes Executivo (Gabinete do prefeito, Saltur e Secretaria Municipal de Saúde), Legislativo e Estadual (Bahiatursa, secretarias estaduais de Saúde e de Segurança Pública – polícias militar e civil – e um membro indicado pelo governo do Estado para compor a Coordenação Executiva do Carnaval de Salvador). Além disso, possuem cadeira no ComCar o Conselho Baiano de Turismo; Sindicato dos Músicos da Bahia; Federação das Entidades Carnavalescas; associações de Artistas Plásticos, de cronistas carnavalescos, de Blocos de Trios, de Blocos de Salvador, Baiana de Trios Independentes; Entidades Carnavalescas; Clubes Carnavalescos; e segment