Shows

IMPERATRIZ CANTA AMADO JORGE AMADO, MAS SE ATRAPALHA TODA NO DESFILE

vide
| 20/02/2012 às 10:01
Comissão de frente com personagens do livro Capitães da Areia
Foto: G1

A Imperatriz Leopoldinense foi a terceira escola a desfilar na Sapucaí pelo Grupo Especial na primeira noite do carnaval 2012 no Rio. Com Luiza Brunet em busca de recorde à frente da bateria, a escola contou a vida de Jorge Amado. Entretanto, a agremiação teve imprevistos ainda na concentração que podem comprometer a nota final.

O segundo carro teve dificuldades para manobrar e o sétimo também apresentou problemas e foi parcialmente reparado antes do desfile. O diretor de carnaval  Wagner Araújo, desabafou: "é claro, que com certeza, algum jurado vai punir".


Ignoradas as complicações, o carnavalesco Max Lopes tentou mostrar ao longo de 82 minutos de desfile como planejou a execução do enredo para tentar levar a agremiação além do sexto lugar obtido com a Imperatriz em 2011.

Já na comissão de frente a escola apresentou um dos livros mais famosos do escritor: Capitães da Areia. O grupo evoluiu com movimentos em um carrossel para lembrar as aventuras dos meninos que, na década de 30, roubavam para sobreviver pelas ruas de Salvador. A coreografia é de Alex Neoral e foi aplaudida pelo público nas arquibancadas.

O mar de Yemanjá e a coroa de Oxalá" foi o tema do carro abre-alas. Ele representou o mar, fonte de inspiração para o escritor.

A segunda alegoria retratava um dos pontos mais conhecidos da Bahia, a Igreja do Bonfim. No sambódromo, a réplica do templo foi exibido com paredes semitransparentes e muito iluminada. Sobre a alegoria, integrantes encenaram a lavagem da escadaria do Bonfim.  O ritual foi retratado por Jorge Amado em suas histórias.

O terceiro carro foi preparado para lembrar a formação do jovem escritor e para apresentar a riqueza cultural do povo brasileiro. A quarta alegoria lembrou "O Mercado Popular". Ele fez referência aos trabalhadores e aos quitutes da culinária baiana.Hoje acredito que qualquer escola que esteja no desfile das campeãs mereça o primeiro lugar" Elymar Santos

Algumas das obras mais conhecidas do escritor ganharam forma no quinto carro da escola, "Crônicas de uma cidade do interior". Personagens como Quincas Berro D'Água, Gabriela e Dona Flor foram representados em esculturas.

Problema em alegoria
O cantor Elymar Santos desfilou vestido de malandro no último carro, que representa o Pelourinho. "Já fui mais radical. A vida me ensinou a ser mais humilde. Hoje acredito que qualquer escola que esteja no desfile das campeãs mereça o primeiro lugar", disse o cantor. Apesar de ter percorrido a avenida sem provocar atrasos no encerramento da apresentação, uma das estruturas que representava uma das casas do Pelourinho ficou parcialmente tombada.

Segundo integrantes da escola, o carro apresentou problemas após o rompimento de um cabo de aço e um dos destaques que deveria sair no alto da alegoria foi impedido de entrar na Sapucaí. Nil de Yemonjá explicou que a escola pediu que ele não desfilasse para não dar a impressão de erro.

Luiza Brunet, Imperatriz Leopoldinense (Foto: Alexandre Durão/G1)Luiza Brunet, Imperatriz Leopoldinense (Foto: Alexandre Durão/G1)

"A escola disse simplesmente que eu não devia entrar porque isso poderia atrapalhar na avaliação dos jurados e mostrar que o carro estava com defeito", afirmou. Ele disse que a fantasia custou R$ 15 mil, mas que não se importava com o prejuízo. "Apesar de tudo, vale pelo carnaval."

Beldades
Rainha de bateria, a atriz Luiza Brunet disse, ainda antes de entrar na Sapucaí, na noite deste domingo (19), que planeja entrar para o livro dos recordes. "Quero entrar para o Guinness Book como a madrinha que mais tempo ficou à frente de uma bateria. São 17 anos só na Imperatriz. Isso tem que valer alguma coisa."

Ela teve uma queda de pressão antes de entrar na Sapucaí. "Minha pressão é baixa. Todo ano passo mal por causa do calor e da emoção", afirmou. Ela recebeu atendimento no posto médico, tomou soro e remédio, foi levada para o camarim da Liesa, mas voltou para a concentração em tempo de desfilar. A beldade representou uma deusa africana no enredo em homenagem a Jorge Amado. "Eu tenho orgulho de ser referência brasileira e fazer parte do carnaval."

Neste ano, Luiza completa 31 anos de majestade - 17 apenas à frente dos ritmistas da Imperatriz. Em meio a boatos de aposentadoria - houve até rumores de que ela pretendia passar a coroa para a filha, Yasmin Brunet -, Luiza cumpriu a promessa de dar um novo show na avenida.