vide
Desfile do Bloco Simpatia Quase Amor, no Rio, sem cordas e sem balões publicitários
Foto: Alexandre Durão
O Rio de Janeiro está dando uma lição em Salvador em matéria de Carnaval de rua. Os cariocas despertaram para esse movimento, a cada dia mais crescente, na medida em que Salvador e Recife, em passado recente, começaram a ter destaque nacional com seus blocos e artistas.
A questão é que, em Salvador, mercantilizou de tal forma o Carnaval que virou um showzão, uma festa para poucos e só para aqueles que pagam para desfilar contidos em cordas e protegidos por seguranças e cordeiros. Daí que estamos perdendo a espotaneidade e o glamour de um Carnaval mais aberto, mais legal e participativo.
E o rio mostrou que pode fazer isso como está fazendo e levando milhares de turistas de todo o mundo para o seu Carnaval enquanto a capital baiana está passando por um momento de decadência no seu verão e no pré-Carnaval.
Aqui, só se fala em dinheiro, usura, camarotes, lounges, salões de beleza, vinhos, boates, estilistas, roupas disso e daquilo dos artistas, como se isso fosse Carnaval participativo. Nada, está cada dia mais excludente e distante da sociedade e da realidade da população, que, coitada fica espremida nos cantos apenas olhando as estrelas nos trios.