Além das edificações de importância arquitetônico-histórica e ruas coloniais, a temporada de verão 2012 no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador (CHS), oferece outras atrações como a exposição Obras Raras do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) aberta gratuitamente para o público até final deste mês (janeiro).
Localizada no Solar Ferrão - originário do século XVII e tombado como monumento nacional - que fica na Rua Gregório de Mattos, a mostra está instalada na biblioteca do IPAC que detém obras raras como a Notícia geral da capitania da Bahia de 1759 e A restauração da cidade do Salvador de 1847. Almanak da Bahia de Antonio Borges dos Reis de 1903, e o Tombo do Mosteiro de São Bento de 1945, são outras raridades.
Há ainda a edição fac-similar Salvador: Beneditina de 1951, e Os presidentes da província da Bahia 1824-1888, de Arnold Wildberger em 1949. A exposição fica aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados das 9h às 12h. Publicações dos séculos XVIII, XIX e XX que marcam a história da Bahia são as atrações.
O IPAC colocou o nome de Manuel Querino na biblioteca para homenagear esse intelectual e pesquisador negro e baiano que deixou importantes registros da cultura de matriz africana como o livro Costumes Africanos no Brasil, entre outras contribuições, explica a subgerente de Documentação e Memória do IPAC, Graça Lobo, setor ao qual está vinculada a biblioteca. Considerada a mais bem aparelhada biblioteca do Pelourinho, a Manuel Querino tem climatização própria para publicações antigas, computadores e ambientes para pesquisadores e estudantes.
Temos livros que se destacam pelo seu valor histórico, cultural, monetário, e até mesmo por estarem esgotados, explica a diretora da biblioteca, Sheila Ventura. Ela diz que o critério de obra rara vai desde o histórico e cultural do livro até a presença de ilustrações produzidas artesanalmente, os materiais utilizados para a confecção do suporte na impressão, como tipo de papel, emprego de pedras ou materiais preciosos na encadernação.
O acervo da biblioteca do IPAC é especializado em História da Bahia, antropologia, arquitetura, urbanismo, arte, artesanato e sociologia, com 13 mil exemplares de livros, 300 títulos de periódicos e cerca de 80 livros antigos, solicitados até por especialistas de outros estados do Brasil. Dentre as raridades se destacam o livro Memória do Estado da Bahia de autoria de Vicente Vianna editado em 1893 e documentos do século XVIII.
Para Sheila Ventura, a exposição, além de dar ao público oportunidade de conhecer acervo do Estado, difunde princípios como preservação, diálogo público, valorização do indivíduo e ancestralidade. Ela explica que a mostra é uma das ações comemorativas dos 45 anos de fundação do IPAC, cuja programação só acabará em setembro de 2012.