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CARNAVAL DE MARAGOGIPE FAZ APRESENTAÇÃO NO PALACIO DA ACLAMAÇÃO

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| 24/12/2011 às 11:28
Mascarados do Carnaval de Maragogipe
Foto: DIV

O requinte, a criatividade e a alegria singular, através das influências de matrizes ibéricas e afro-baianas, elaboradas máscaras e ricas fantasias, serão a principal atração da apresentação artístico-musical do Carnaval de Maragojipe que acontece próxima terça-feira, dia 27 (dezembro, 2011), a partir das 19h, no Palácio da Aclamação, em Salvador.


A apresentação do carnaval encerrará a premiação Festejos da Bahia que acontece no Aclamação. O projeto tem apoio do Governo da Bahia, via programa Fazcultura da Secretaria de Cultura (Secult) e patrocínio da Ambev. O prêmio dá reconhecimento público a empresas privadas, artistas, grupos e produtores culturais, prefeituras e órgãos – municipais, estaduais e federais – que trabalham e realizam festas populares no Estado da Bahia. Após a apresentação do carnaval os convidados participarão de um coquetel nos jardins do palácio.


Tutelado pelo Estado, desde 2009, quando o governador Jaques Wagner decretou a festa Patrimônio Imaterial da Bahia, via pesquisa do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), o Carnaval de Maragojipe se tornou um dos principais pontos de atração do turismo cultural baiano. A manifestação é considerada única por sociólogos e historiadores por salvaguardar, simultaneamente, tradições ibéricas, do carnaval europeu do século XIX e influências de diversas etnias de matriz africana e indígena.


Segundo a antropóloga Nívea Almeida que participa do livro ‘Carnaval de Maragojipe Cadernos do IPAC’ – disponível para download gratuito no site http://www.ipac.ba.gov.br/ – essa festa que acontece na cidade de mesmo nome localizada a 133 km da capital, no Recôncavo, conserva traços do período colonial português. “Esse carnaval tem a peculiaridades herdadas da cultura afro”, destaca Nívea. Como diferenciais, ela aponta ainda a mescla das religiosidades católica e africanas presentes na festa, a tradição de mascarados e a forma artesanal-familiar de produzir as fantasias. Além dos conhecidos pierrôs, colombinas e polichinelos, típicos da Commedia Dell’Arte – peças teatrais em prosa comuns na Itália do século XVI ao XVIII – o Carnaval de Maragojipe tem releituras dessas fantasias tradicionais e intervenções contemporâneas.


De acordo com o empresário e produtor cultural, André Reis, criador do Prêmio, parte dessa riqueza visual será apresentada na noite do dia 27. “É uma honra encerrar a premiação com uma das mais significativas manifestações culturais baianas, reconhecida oficialmente como bem intangível, ainda mais, em um prédio também é tombado como Patrimônio Cultural, que é o Palácio”, diz Reis.


Originário do século XIX, o palácio foi residência dos governadores baianos por 55 anos no século XX, é tombado desde 2010 e administrado pelo IPAC. O prédio tem elementos clássicos, frontões triangulares e dentículos em sincretismo estilístico. A decoração interna é estilo Luís XVI, com molduras, guirlandas, laços e medalhões pintados pelo renomado artista plástico baiano Presciliano Silva.