Representantes de entidades carnavalescas de Salvador tiveram um encontro com o embaixador do Benin e chefe da delegação diplomática africana no País, Isidore Monsi, a quem entregaram uma carta relatando a progressiva redução da presença de entidades afrodescendentes e indígenas no Carnaval baiano.
No documento, as entidades pedem a interferência dos países africanos junto à Unesco para conter o processo de desvalorização da cultura de matriz africana na capital baiana, que abriga a maior população negra fora da África.
A reunião com o embaixador do Benin aconteceu no Hotel Pestana Além do Carmo, no Pelourinho, nesta quinta (27), à noite, quando acontecia o 1º Encontro de Embaixadas Africanas em Salvador. Também participaram da reunião, os embaixadores do Senegal, Aziz Ndiaye, e dos Camarões, Martin Mbeng.
"Onde há a cultura de nossos ancestrais, está o nosso coração", disse Isidore Monsi. Ele informou que vai encaminhar um documento ao decano do corpo africano, na embaixada em Brasília, Zimbábue Thomas Bvuma, comentando o assunto e propondo uma discussão de apoio às entidades. Ele ainda ressaltou que é importante estabelecer um intercâmbio entre os países de África e Salvador. "A África é a mãe de vocês", disse.
"Contamos com a solidariedade dos que têm uma ancestralidade em comum. É fácil para eles entenderem a nossa luta pela preservação da nossa cultura", disse Nadinho do Congo, um dos representantes das entidades carnavalescas e presidente do Afoxé Filhos do Congo.
O presidente do bloco indígena Jorginho Commancheiro disse que é "simbolicamente forte o apoio de líderes de países irmãos". "Essa ancestralidade está nos nossos cantos, nas nossas danças, cultos e artes", resumiu.