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MODELOS ECOLÓGICOS DOMINAM NO FASHION RIO A PRÉVIA PARA VERÃO 2012

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| 31/05/2011 às 12:27
Modelos árvores chamaram a atenção por seu exotismo
Foto: Alexandre Durão

A Alessa abriu o dia 1 desta temporada carioca com coleção desastrosa, mas com boa intenção. A estilista usou material reciclado para fazer os bordados, apliques de flores nos bodies, nos vestidos longos transparentes e nos acessórios de cabeça surreais, daqueles que a mulher brasileira não está acostumada a usar. No entanto, a estamparia digital com o efeito de brilho de murano dos caftãs, com flores tridimensionais (à moda enfeite de procissão), brincos enormes com "pompom de Poodle" nas pontas e cabeças surreais (chapéus ao estilo casamento real britânico e casquetes tamanho família, uma delas, aliás, muito parecida com as orelhas do personagem da Disney Mickey), tudo na mesma passarela, deixou a atmosfera carregada de informação.

Caíram (ufa!) as pedras preciosas e docinhos coloridos das coleções passadas, igualmente sobrecarregadas, e entraram os detalhes maximalistas que "saltam" da roupa. Juntos, não funcionam bem. Sem contar a gola ao estilo palhaço, ainda mais chamativa e desconexa. A cintura marcada com corda, que também apareceu no desfile da Acquastudio, a segunda marca desta noite de desfiles no Rio de Janeiro, anuncia uma possível tendência da próxima estação quente.


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Na moda festa de Esther Bauman, influência do cubismo com pegada cabaré das melindrosas e seus vestidos de franjas. Telas coloridas de Mondrian (as mesmas que serviram de inspiração para a até hoje celebrada coleção de Yves Saint Laurent de 1965) são referências para os vestidos com aplicações geométricas, em especial o longo com franjas pretas que encerrou o desfile da marca, cheio de movimento.

Camadas de quadrados, trapézios, losangos e outras formas geométricas parecem ter sido coladas umas nas outras, formando os vestidos fininhos e esvoaçantes de uma coleção que valoriza ombros (pontudos), ancas e o cropped. Aqui, a cabeça é adornada com tiaras pontudas, como se fossem chifres (ou galhos), sem ficar grosseiro ou desapropriado.

A corda com acabamento de franjas, bem parecidas com as que apareceram no desfile da Alessa, prende as clutches discretíssimas de madeira.

Melk Z-Da misturou flora e fauna na coleção de verão 2012. A alfaiataria ampla de mangas, cinturas e saias deixam os vestidos híbridos bem modernos (as modelos parecem joaninhas, libélulas e até fadas na passarela), com aplicações assimétricas de maxipaetês que confundem: são pétalas, folhas ou escamas? Destaque para os vermelhos e os cítricos, que reproduzem as cores da folha de castanheira, numa coleção em que o branco é o mestre da cartela enxuta. Mais uma vez, a cabeça aparece enfeitada com chapéu de lado feito do mesmo material do paetê-folha dos vestidos, ao estilo dos chapéus de gnomos, mas menos pontudos.

A Patachou e a 2nd Floor foram as "cabeças peladas" da noite (nenhum chapéu, ou casquete, nem tiara). A primeira apresentou boas apostas na alfaiataria do conforto, com formas amplas, movimento discreto, mix de estampas-mosaico complementares e bolsos. Tudo com toque elegante da roupa de passeio mais clássica, com comprimento mídi e referências do guarda-roupa masculino. São bons o chemise preto que é vestido de noite, com aplicação de brocado (também preto), os maxicolares chapados que levantam o look quase careta e os vestidos que parecem ter sido feitos de lenços de seda, amarrados em nós estrategicamente localizados, como na ponta dos joelhos e ombros, meio oriental, meio navy.

Na sequência, a 2nd Floor vem com parcas ao estilo das japonas dos anos 1980 (e começo dos anos 1990), o jeans delavê (quase branco), a calça superskinny curta e a pegada rocker das tachas (lindo o cinto marcando a cintura do vestido plissado esvoaçante), correntes e vários anéis prateados. Cores fortes, como o pink, o azul e o amarelo, aparecem em looks monocromáticos e também na estampa-fumaça. Recortes nas mangas das peças de alfaiataria ampla confirmam a identidade descolada da 2nd Floor, que propõe ainda camisetas com divertida estampa de esqueleto, xadrez (com jeans) e plataformas altas tipo anabela, bem parecidas com as peças de camurça da Alessa.

Sem grandes novidades, o dia terminou com a harmonia fashion necessária para equilibrar os excessos do primeiro desfile do Fashion Rio. Porém, a moda praia, estrela das temporadas de verão, ainda não deu o ar da graça nas passarelas do Píer Mauá. Amanhã (terça-feira, 31 de maio), a Salinas puxa a fila dos desfiles de maiôs e biquínis, sendo a apresentação da Lenny, marca que comemora 20 anos de atuação (extraordinária) no beachwear, a mais aguardada desta edição da semana de moda carioca, que celebra o tropicalismo.