Shows

SAMBA PEDE PASSAGEM E ABRE CARNAVAL DE SALVADOR LONGE DA MAMA ÁFRICA

vide
| 11/02/2010 às 19:26
Alerta Geral abre desfile na noite de quinta-feira com grande animação
Foto: Roberto Viana

  O samba pede passagem e abre o Carnaval de Salvador com força total na homenagem que a cidade faz aos 60 anos de criação do trio elétrico, que é a alma da festa. E o samba, que não é bobo, incorporou o trio, trouxe a nata carioca pra animar a galera e tem sido um fenômeno nas quintas-feiras, no centro da cidade.

  Uma turma que está ligada na contemporaneidade, longe da mama África, e curtindo o Carnaval sem a benesse do poder público.

  O primeiro a desfilar é o bloco Alerta Geral, com Dudu Nobre, Arlindo Cruz, Banda Fora da Mídia e Dhi Ribeiro. Em seguida o pagode Total traz Bambeia, Ginga Sensual, Pagode Total, Os Caras e Compadre Washington.


  Em seguida vem o Bankoma, o bloco organizado pelo terreiro São Jorge da Goméia, localizado em Lauro de Freitas e que traz além do som contagiante, belíssimas fantasias e adereços. Tudo é feito pela própria comunidade do terreiro.


  E tem mais samba com o Amor e Paixão, puxado por Nelson Rufino, Batifun, Paparicco Movimento, Juliana Ribeiro e Sangue Brasileiro, além de Proibido Proibir & Revelação com o Grupo Revelação e Fundo de Quintal.


BANKOMA E ZAMBIÃ
 

A força da cultura afro de Lauro de Freitas será expressa nas ruas de Salvador durante o Carnaval, nos circuitos Osmar (Centro) e Batatinha (Centro Histórico), com a apresentação dos blocos afro Bankoma, de Portão, e Zambiã, de Itinga. Nascido há dez anos no Terreiro São Jorge Filho da Goméia, o Bankoma levará para a Avenida o tema "Mukuni Kia Ngemba" (Semeadores da Paz); já o Zambiã, "O Afro de Itinga" levará expressões da dança negra e do samba de roda. O secretário municipal de Cultura, Antônio Lírio, ressaltou que a essência do Carnaval está na expressão dos blocos afro. "Essa força negra contará com a nossa participação", ressaltou Lírio.


O superintendente da Promoção da Igualdade Racial (Supir), Ariosvaldo Menezes, ressalta que a presença dos dois blocos no Carnaval de Salvador não representa apenas a força negra de Lauro de Freitas, mas todos os municípios da Região Metropolitana. "São os únicos dois blocos que participam do Carnadal de Salvador que não são da capital. Isso é muito significativo", ressalta o superintendente, para quem "o apoio e o investimento feitos pela Secretaria de Governo e Supir demonstram que a gente acredita na luta do povo negro".


O Zambiã desfilará no circuito Batatinha, no dia 12, às 17h, mostrando a força da dança afro, puxados pela banda Meninas do Zambiã, tendo também a participação dos grupos de dança Zuarte e Ki Swing e do grupo de Capoeira Filhos da Bahia, do Mestre Sérgio. No domingo (14), também às 17h, será a vez de levar para as ruas do Centro Histórico o samba de roda, puxados pelo Fuscão do Samba. "As apresentações do Carnaval são o resultado do trabalho em nossas oficinas realizado durante o ano todo", disse Fuscão, coordenador do grupo Zambiã.


Já o Bankoma quer reforçar o discurso da paz no circuito da Folia de Momo. Nesta quinta-feira (11), o bloco afro desfilará pelas ruas do circuito da Avenida a partir das 23h30. O grupo de Portão deve arrastar pelo menos cinco mil foliões, e o horário não será empecilho, pelo menos na avaliação de Raimundo Neves, coordenador do Bankoma. "O que precisamos é que a mídia dê cobertura a estas manifestações culturais", salientou. A apresentação seguinte será no sábado (13), às 22h10.