O jornal, no entanto, se esqueceu de citar o racismo contra os judeus praticados por Hitler e sua troupe durante a Segunda Guerra Mundial, bloco que matou mais de 6 milhões de pessoas.
O jornal diz que o Carnaval, na forma como é celebrado por blocos como Olodum, Araketu e Ilê Ayê, e a tradição da capoeira, uma "filosofia em movimento" que é tema do Carnaval de 2008 na cidade, hoje estão "a serviço da luta cultural contra o 'racismo cordial'".
"Não são as leis que discriminam as pessoas, como foi o caso na África do Sul, ou as instituições, como foi o caso nos Estados Unidos. O que põe por terra o mito da elogiada democracia racial no Brasil são as inúmeras proibições sutis, que excluem uma grande parte das pessoas da vida social", relata a reportagem.
"O racismo é uma realidade brasileira, que cai no esquecimento em meio às notícias sobre guerra de traficantes nas favelas e o crime organizado nas grandes metrópoles".
O jornal alemão acrescenta que existem "tendências racistas evidentes" no Brasil: "quem for jovem, do sexo masculino e negro morre cedo nas ruas brasileiras ou muitas vezes não sobrevive a uma estadia na prisão".
ALEMANHA
O jornal também se esqueceu de dizer que bom é viver na Alemanha onde, hoje, os alemães orientais são discriminados por ocidentais e a vida dos antigos socialistas se transformou num inferno. A rigor, falar da Bahia observando que a pimenta no c dos outros é refresco é bom.
No Carnaval de Salvador, a maior cidade africana fora da África e onde "ainda nos anos 70 os brancos tiravam as crianças das ruas quando os 'blocos afros' passavam", os "marginalizados são reis e os tambores negros assumem por seis dias o poder na cidade", diz o diário.
Isso é uma outra grande bobagem porque Salvador nunca foi cidade africana.
O jornal elogia o trabalho de conscientização e resgate da história feito pelos blocos, em uma cidade onde "cerca de 80% dos moradores são afro-brasileiros".