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DIRETOR DO MALÊ ATESTA QUE BLOCO FICARÁ NO VERMELHO DEPOIS DA FOLIA

Esse é um velho problema que precisa ser resolvido
| 18/02/2007 às 13:28
O vice-presidente do Malê Debalê, Miguel Arcanjo, entidade que congrega a comunidade de Abaeté/Itapuã e desfilou hoje, pela madrugada, no circuito do Campo Grande, atesta que após o Carnaval o bloco vai trabalhar no vermelho porque não terá condições de arcar com todas as despesas feitas até agora. Queixou-se da Prefeitura de Salvador e disse que está dando um crédito de confiança ao governo do Estado. "Vamos dar  um tempo para ver como é que fica, mas, não abriremos mão de nossos direitos" - atesta.
Arcanjo, que participou de uma espécie de mesa-redonda no estúdio da TV E com + o professor da UFBA, Jaime Sodré, e a antropóloga Nivalda Costa, lamenta que as empresas que investem no Carnaval dêem as costas às entidades negra-mestiças que atuam como percussão e são consideradas um misto de carnavalescas e culturais. "Eles não querem ligar seus produtos a uma cara negra e isso é inaceitável" - denuncia Arcanjo.
SODRÉ
Já para o professor Jaime Sodré, velho batalhador da causa negra, essa falta de consciência é um problema sério e que precisa ser modificada. Sodré entende que só há um caminho para isso: a educação. Uma reeducação na mentalidade dessa gente para que a oportunidade seja compartilhada por todos. "Não podemos ficar eternamente nessa pendência numa cidade com matriz negro-mestiça predominante" - alerta Sodré exigindo uma discussão mais ampla sobre esse tema.
NIVALDA
Para Nivalda Costa, outra conhecida militante da causa negra-mestiça, há resistência de entender o que significa o negro nesta cidade do Salvador. " Vivemos ainda - diz - um passado preconceituoso que precisa ser eliminado, excluido".Daí que defende, também, uma reeducação na cultura publicitária e de marketing local e nacional, sobretudo quando se trata de olhara para a cidade do Salvador e sua gente.
POLA RIBEIRO
O diretor geral da TV E, Pola Ribeiro, destaca que a emissora estatal está promovendo essa discussão exatamente porque essas entidades não têm espaços na midia. Entende que esse também é um dos papéis da estatal.