A história real e que se passa na comunidade indígena de Oklahoma, EUA, nos anos 1920, quando a exploração do petróleo ganhou força e enriqueceu muitos empreendedores e especuladores, assassinatos misteriosos começam a acontecer entre os Osage - considerados nativos indigenas ricos diante do petroleo.
Revoltas vão acontecendo até que o assunto chega a Washington DC através das denúncias ao presidente da Republica feitas por Mollie Burkhart (Lily Gladstone) e o recém criado FBI assume o caso e o jovem diretor J. Edgar Hoover (Jesse Plemons) promove uma profunda investigação e leva os acusados dos crimes para a cadeia.
O filme que teve investimento de 200 milhões de dólares (pouco mais de R$1 bilhão) é fantástico e bem no estilo Martin Scorsese de longas com duração acima de 3 horas, o que já vimos em "O Irlandês" (2019) com 3 horas e 29 minutos e "Uma Viagem Pessoal no Cinema Americano" (1995), 3 horas e 45 minutos, e o "O Assassino da Lua das Flores" tem 3h e 26min, porém, é tão envolvente, apaixonante, disruptivo, que o tempo passa com imenso prazer.
Quando digo que o filme provoca uma disrupção é porque sai da linha normal da abordagem das narrativas do velho Oeste norte-americano das lutas entre os nativos indigenas e os brancos, que acostumamos a chamá-los no Brasil de "peles vermelhas" a base de tiros e queimas de carruagens e fortes de madeira, os indios sempre levando a pior.
Ou seja, a exploração do branco supostamente mais civilizado contra os nativos para usurparem suas terras e riquezas, o filme de Scorsese segue a mesma temática com uma abordagem nova. Isso é, há mortes, há crimes hediondos e a mesma exploração do branco contra os indigenas na ususurpação dos latifundios, dos lotes onde haviam petróleo, com um suposto benfeitor da comunidade indigena um pecuarista do Texas, Wulliam Hale, conhecido como o "Rei das Colinas Osage", que tudo manda e ordena os assassinatos com a ajuda de um afilhado Ernest Burkhart (Leonardo DiCaprio).
Ernest se apaixona por Mollie uma nativa rica e com ela se casa porém é obrigado pelo "Rei das Colinas" a matar toda a sua familia - mãe, irmãs e esposa - para herdar as terras com petroleo. As mortes das irmãs de Mollie são violentas e a dela, feita de forma lenta, uma vez que sendo diabética usava insulina e o marido passou a aplicar-lhe as doses adicionando um veneno.
A trama é sensacional e as interpretações de Robert De Niro (como Halle) e de Leonardo DiCaprio (Ernest) são arrebatadoras, o melhor que provavelmente DiCaprio já realizou. Além disso, a jovem interprete Gladstone (Mollie) dá um show como a indígena diabética e bela, numa interpretação dificilima se ser feita e que teve o dedo de Scorsese uma vez que, em muitas passagens ela fica apenas séria, impassível, sem dar uma palavra nos diálogos que tem com o esposo, mas, são sintomáticos e reveladores de sentimentos.
No último deles, quendo pergunta se ele tinha falado tudo no juri e ele diz que sim, ela já sabendo que ele teria a envenenado, não dá uma palavra e se retira da cena.
Não há dúvidas de que será um grande sucesso tanto do filme quanto do livro que já passou a ser vendido em todo ocidente. (TF)