Saúde

ESCLEROSE MÚLTIPLA TAMBÉM PODE AFETAR A VISÃO EM QUALQUER ESTÁGIO

Esclerose múltipla também pode afetar a visão em qualquer estágio da doença
Lume Comunicação , Salvador | 30/08/2024 às 18:29
Esclerose múltipla também pode afetar a visão em qualquer estágio da doença
Foto: Divulgação

Autoimune, a esclerose múltipla (EM) é uma doença que atinge o sistema nervoso, tendo como característica principal a destruição da mielina, uma camada protetora, que envolve as fibras nervosas, impedindo ou alterando a transmissão das mensagens do cérebro para as diversas partes do corpo. “No caso dos olhos, o nervo óptico é a peça fundamental no processo da visão, pois ele conduz as imagens da retina até este órgão muito importante do Sistema Nervoso Central, onde são processadas. Portanto, em pessoas que têm o diagnóstico da EM, esse “fio de condução” pode ser afetado, comprometendo a visão em cerca de 20% dos pacientes”, afirma Frederico Faiçal, oftalmologista da Oftalmoclin – clínica que integra o Grupo Opty na Bahia.

No mês em que ocorre a conscientização da esclerose múltipla, conhecido como Agosto Laranja, o médico explica que os pacientes com essa patologia podem desenvolver nistagmo - que são movimentos repetitivos e involuntários dos olhos e, principalmente, neurite óptica (NO), que é uma inflamação do nervo óptico que afeta a acuidade visual. “Isso envolve mancha escura no centro do campo de visão, diminuição e/ou alteração na visão para cores, além de dores ao movimentar os olhos”, ressalta Frederico Faiçal, recomendando o acompanhamento oftalmológico em pacientes com esse diagnóstico.

Especialista em retina, o médico Murilo Barreto, da OftalmoDiagnose – outra unidade do Grupo Opty em Salvador -, conta que a NO pode acontecer de forma abrupta, ou seja, dentro de dias ou horas, em qualquer fase da doença, levando o paciente a ter dificuldade visual, principalmente de forma unilateral. A boa notícia é que em cerca de 90% dos casos é possível reverter o quadro. “Através de exames como fundo de olho, teste de visão de cores e, sobretudo, tomografia de coerência óptica (OCT), avalia-se a dimensão do edema no nervo óptico e, assim, inicia-se o tratamento para a remissão do problema”, diz o médico.

É importante lembrar, segundo Murilo Barreto, que a neurite óptica não é uma condição exclusiva de pessoas com o diagnóstico de esclerose múltipla. Ela também pode ser desencadeada por infecções, como sífilis, HIV, herpes e tuberculose; tumores cerebrais e doenças reumatológicas, principalmente em adultos de 20 a 40 anos de idade. “Sendo assim, como forma de prevenção, a ida anual ao oftalmologista é fundamental em todas as fases da vida. E, se o paciente tiver o diagnóstico de esclerose múltipla, o acompanhamento especializado se faz ainda mais necessário”, conclui o médico.