Saúde

ESPECIALISTAS ABORDAM TRATAMENTOS PARA O CÂNCER GINECOLÓGICO

O 5ºBoard Review, evento presencial, organizado pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), acontece em Salvador em 12 de abril
Moura Leite Netto , Salvador | 08/04/2024 às 17:47
Oncologista clínica Aknar Calabrich
Foto: Divulgação

Os avanços no tratamento dos cânceres que acometem o aparelho reprodutor feminino têm aumentado as chances de cura e melhorado a qualidade da vida das pacientes. Na sexta (12), o Hotel Mercure Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia, receberá a quinta edição do Board Review EVA, evento organizado pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) que atualiza os profissionais atuantes em Oncologia no Brasil sobre os tratamentos inovadores, com evidência científica, para pacientes com diagnóstico de câncer de colo do útero, corpo do útero (endométrio) e ovário. Desde a primeira edição realizada em Brasília, em 2019, o evento passou por Porto Alegre, Fortaleza e Recife.

  1. A programação do evento, que vai das 8h20 às 16h30, elenca quais são os tratamentos disponíveis em câncer do endométrio que, com base na informação molecular presente no tumor, permite a individualização das abordagens para cada paciente. Ainda em oncologia personalizada, a imunoterapia e os novos tratamentos no câncer de colo do útero. Em cirurgia, destaque para as técnicas que visam a preservação da fertilidade e uma discussão atualizada sobre o papel da citorredução (procedimento que remove o máximo possível de tumores visíveis no peritônio, que é a cavidade abdominal que envolve os órgãos internos) na era dos inibidores de PARP, abordagem que está mudando a história natural do câncer de ovário.

De acordo com a oncologista clínica Luciana Landeiro, da Comissão Organizadora do evento, o objetivo com cada edição do Board Review é atualizar e discutir os tratamentos inovadores na área da oncoginecologia, contextualizando as questões regionais de cada parte do Brasil. “São eventos locais que propiciam uma maior interação entre profissionais e a disseminação de informações de excelência”, ressalta a especialista, diretora médica do Núcleo de Pesquisa Clínica do Grupo Oncoclínicas, na Bahia e integrante da Comissão de Ética do Grupo EVA.  


A oncologista clínica Aknar Calabrich, que também compõe a Comissão Organizadora, chama a atenção para o fato de os tumores femininos estarem entre as principais causas de morte por câncer na população nordestina, principalmente o câncer de colo de útero, cuja incidência é mais alta do que nas regiões Sul e Sudeste. Segundo ela, a realização desse evento multidisciplinar na Bahia permite maior capilaridade do conhecimento científico, trazendo as inovações e avanços no tratamento – que beneficiam as pacientes – para médicos fora do eixo Rio-São Paulo. “Permite também a discussão do manejo desses tumores dentro da nossa realidade, uma vez que as estruturas médicas e o acesso podem ser muito diferentes em cada região do Brasil”, ressalta.


MÓDULO ENDOMÉTRIO


- Patologia e análise molecular do câncer de endométrio, com Nathanael Pinheiro (BA)
- Estadiamento paraórtico na era do linfonodo sentinela: micrometástase linfonodal, ITC e linfadenectomia sistemática, com Paulo Zanvettor (BA)
- Tratamento adjuvante no cenário de classificação molecular, com Luciana Landeiro (BA)

- Tratamento de primeira linha de doença avançada no cenário de classificação molecular, com Daniele Assad (DF)

- Novos tratamentos: o que esperar?, com Aknar Calabrich (BA)


MÓDULO COLO DO ÚTERO


- Estado da arte da vacinação para o HPV e tratamento de lesões pré-cancerosas, com Nilma Antas (BA)
- Preservação de fertilidade e cirurgia minimamente invasiva, com Adson Neves (BA)
- Estadiamento cirúrgico e ressecção uterina pós QTRT, com Deraldo Falcão (BA)
- Avanços no tratamento da doença localmente avançada, com Daniela Galvão (BA)
- Papel da imunoterapia e novos tratamentos na doença metastática, com Marcella Salvadori (BA)


MÓDULO OVÁRIO


- Citorredução up-front e de intervalo na era dos iPARPs, com Guilherme Ritt (BA)

- Nível de evidência atual suporta HIPEC?, com André Bouzas (BA)

- Tratamento 1ª linha do tumor epitelial avançado. Perfil molecular é o único critério para escolher?, com Daniele Assad (DF)

- Tratamento da doença recidivada: onde estamos e o que esperar?, com Samanta Cabral (SP)


MÓDULO QUALIDADE DE VIDA

- Reabilitação Pélvica: o que todo oncologista precisa saber?, com Rafaela Almeida (BA)

- Reposição hormonal em sobreviventes dos tumores ginecológicos, com Patrícia Carneiro (BA)


DADOS DE CÂNCER GINECOLÓGICO NA BAHIA - As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que mais de 2 mil mulheres na Bahia devem receber em 2024 o diagnóstico de um dos três tipos de câncer ginecológico mais comuns. Os números para este ano mostram que, entre as baianas, haverá 1.160 casos novos de câncer de colo do útero, 490 de câncer de corpo do útero (endométrio) e 460 de câncer de ovário. Destes, a capital Salvador responde por 570 casos novos (240 de colo do útero, 170 de endométrio e 160 de ovário). Em todo o país, a estimativa para 2024 é de 32 mil novos casos, somados, de câncer de colo do útero, endométrio e ovário. 

Câncer ginecológico

Salvador

Bahia

Brasil

Colo do útero

240

1.160

17.010

Endométrio

170

490

7.840

Ovário

160

460

7.310


Estimativa de novos casos de câncer de colo do útero, endométrio e ovário em 2024. 

Fonte: INCA - https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/numeros/estimativa/estado-capital/bahia


Sobre o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) – O EVA é uma associação sem fins lucrativos, composta em sua maioria por médicos, que tem como missão o combate ao câncer ginecológico. Seu time, multiprofissional, atua com foco na educação, pesquisa e prevenção, assim como promove apoio e acolhimento às pacientes e aos familiares.


A idealização e a organização do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos foram iniciadas pela oncologista clínica Angélica Nogueira Rodrigues, no Hospital do Câncer II do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A primeira reunião ocorreu em 12 de março de 2010 e o nome Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos passou a ser utilizado a partir desta data.


A primeira reunião para nacionalização do grupo ocorreu no Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em 2013, na cidade de Brasília. O nome EVA foi resultado de uma reunião neste evento e foi sugerido pela oncologista clínica, coordenadora da área de apoio ao paciente (advocacy) do grupo, Andréa Paiva Gadelha Guimarães. O ginecologista oncológico Glauco Baiocchi Neto é o diretor-presidente do EVA na gestão 2023-2024.