Nesta quinta-feira, 12 de outubro, é comemorado o Dia das Crianças. A data celebra, por mais um ano, uma geração que já nasceu imersa na tecnologia e que tem no digital muitos dos meios de diversão e distração. Mas quais são os riscos envolvidos no uso excessivo de telas, como celulares, tablets e televisores, para o desenvolvimento saudável das crianças? O tema tem sido fonte recorrente de estudos de especialistas em pedagogia e psicologia infantil. “A tela priva a criança do contato físico com outras pessoas, diante disso surge as dificuldades de interação e adaptação ao meio social. As crianças e adolescentes expostos a tela ficam mais vulneráveis ao desenvolvimento da depressão, ansiedade, baixa autoestima, transtornos de alimentação, transtornos do sono, sedentarismo, e diversos outros que podem ser encontrados no Manual de Orientação ‘#MenosTelas #MaisSaúde’ da Sociedade Brasileira de Pediatria”, alerta Miriã Lima, docente do curso de Psicologia do Centro Universitário UniFG e mestranda em Psicologia da Saúde. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatra, os pais e responsáveis devem evitar a exposição de crianças menores de dois anos ao uso de telas, mesmo que passivamente, e, a partir dessa idade até os 5 anos, o tempo recomendado é de no máximo uma hora diária. Já para crianças a partir de seis até os dez anos, a recomendação é de no máximo duas horas por dia de contato com dispositivos eletrônicos. “Para idade de 11 e 18 anos, é importante llimitar o tempo de telas e jogos de videogames a duas ou três horas por dia, sempre com supervisão. Os pais não devem permitir que os filhos nesta faixa etária passem a noite jogando”, completa a psicóloga. Dicas de atividades para fazer com as crianças A psicóloga Miriã Lima destaca que, com criatividade, os pais podem propor atividades alternativas para as crianças e promover horas de diversão e de qualidade. A partir da sua pesquisa de Mestrado intitulada “Vivências dos pais/cuidadores no acompanhamento escolar das crianças durante a pandemia pela Covid-19", a especialista identificou um potencial criativo dos pais. “Um dos pais entrevistados por mim relatou que instituiu na família o Dia do Filho, com o objetivo de reduzir o tempo de telas. Cada filho ficou responsável por escolher uma atividade para realizar em família, que poderia ser uma brincadeira, um jogo, etc”, sugere Miriã. Ainda segundo a professora da UniFG, mais alguns exemplos de atividades que podem fazer parte do dia a dia das crianças são: leituras, pinturas, brincadeiras ao ar livre e confecção de brinquedos. “Hoje é possível encontrar na internet muitas dicas de brinquedos que podem ser construídos juntos com as crianças, usando tinta, papel e material reciclável. Além disso, o contato com a natureza é de fundamental importância para um desenvolvimento saudável”, ressalta. A docente destaca que as atividades propostas precisam ser discutidas junto com as crianças e os acordos precisam ser claros e honestos. “A mediação ativa dos pais pode ser uma estratégia eficaz. Outro aspecto importante é o modelo, isso é bem desafiador para os pais. Se eles ficam muito tempo no celular, as crianças vão imitar. Mudar o comportamento das crianças implica na mudança de comportamento dos pais e cuidadores”, esclarece a psicóloga. Mas, com a sobrecarga do dia a dia e exigências do cotidiano, como os pais e responsáveis podem colocar tudo isso em prática? “Diante desses desafios, os pais precisam de espaços de apoio, suporte, e serem instrumentalizados para que possam ser mais assertivos nesse processo de monitoramento. Na Psicologia existe a orientação parental, que é uma ferramenta importante para o exercício da parentalidade”, replica Miriã Lima. |
Saúde mental
Estar empregado é um fator preponderante para a saúde mental e traz diversos benefícios. Alguns deles, como explica Roberta, envolvem o fortalecimento da identidade pessoal e profissional do jovem, que se encontra numa fase de descobertas, projeções e identificações. Também contribui para a possibilidade da formação de laços sociais fundamentais para a saúde mental, bem como para a promoção de bem-estar e qualidade de vida ofertados em decorrência dos conhecimentos compartilhados e das possibilidades financeiras, além da melhoria da autoestima e da autoconfiança que decorrem do envolvimento do jovem com os processos de trabalho. A psicóloga acredita que investir em educação é investir em uma carreira profissional que possa fazer sentido na vida do sujeito. “É proporcionar um caminho ético, uma postura mais política e crítica dos jovens, para que possam transformar a sociedade. Só a educação promove habilidades e competências fundamentais para um sujeito, para atuar com qualidade nas diversas áreas em nossa sociedade”, defende. |