Saúde

CÂNCER DE INTENSITNO: ALIMENTAÇÃO RICA EM FIBRAS PODE EVITAR, DIZ NOB


Adoção de uma alimentação “in natura” e rica em fibras, prática de atividade física e exames de rastreamento a partir dos 50 anos são medidas fundamentais no combate a esse tipo de câncer
LC ,  Salvador | 06/03/2023 às 10:19
Oncologista Eduardo Moraes
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De acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 45.630 novos casos de câncer colorretal devem ser registrados no Brasil neste ano. Apenas na Bahia, são estimados 1.940 novos casos da doença. O tumor está entre os de maior incidência entre homens e mulheres, representando 6,5% do total de neoplasias e ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma (31,3% do total de casos), mama feminina (10,5%) e próstata (10,2%).

O câncer colorretal, ou câncer de intestino, abrange os tumores que acometem a parte do intestino grosso, chamada cólon, e sua porção final, o reto. 90% dos casos da doença se originam a partir de pólipos (lesões benignas que se desenvolvem na parede interna do órgão, especialmente a partir dos 50 anos). Se diagnosticado precocemente, a chance de cura pode ser superior a 90%.

Alterações no hábito intestinal (diarreia ou constipação), sangue nas fezes, fraqueza, perda de peso sem causa aparente, desconforto ou dor abdominal são alguns dos sintomas que podem estar associados ao câncer de intestino.  “Essas ocorrências devem ser investigadas para afastar a possibilidade de uma neoplasia”, orienta o oncologista Eduardo Moraes, do NOB Oncoclínica.
 
“A forma mais eficaz de diagnosticar e prevenir os tumores colorretais é através da realização da colonoscopia”, orienta o oncologista. É um exame endoscópico do intestino grosso - cólon e reto - onde é introduzido um tubo com uma câmera na extremidade, permitindo detectar e remover pólipos ou tumores malignos em diversos estágios. “O exame deve ser realizado a partir dos 50 anos e repetido a cada cinco ou dez anos, de acordo com indicação médica, para pessoas assintomáticas e sem fatores de risco, ou seja, sem histórico de câncer de intestino ou pólipos na família, e doença inflamatória intestinal”, explica o médico Eduardo Moraes.

No entanto, na presença de fatores de risco para câncer de intestino, é importante que o rastreamento comece mais cedo, justamente para que o médico acompanhe o paciente e dê todas as informações necessárias. “Nesses casos, a data de início e a frequência do exame de colonoscopia deve ser discutido com o seu médico", afirma o especialista.

Hábitos de vida e câncer colorretal

De acordo com o INCA, o câncer de intestino tem forte associação com os hábitos de vida. “A obesidade, a alimentação pobre em fibras e rica em alimentos embutidos e industriaizados, o sedentarismo e o tabagismo são fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer”, esclarece o oncologista do NOB Oncoclínicas. Por isso, a mudança de hábitos de vida e a informação são as melhores armas para combater essa doença.

Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo excessivo de carnes vermelhas, gorduras, embutidos, processados e refinados, como salsicha, linguiça, bacon e presunto, aumentam o risco de câncer do intestino.

Confira algumas medidas que podem reduzir o risco de desenvolvimento da doença:

- Manter-se no peso adequado   

- Evitar o consumo de alimentos processados

- Limitar o consumo de carne vermelha a 2-3 vezes por semana

- Fazer atividade física regularmente, ao menos 4 a 5 vezes por semana

- Ter uma alimentação saudável e rica em alimentos “in natura”, como frutas, verduras, legumes e grãos.

- Não fumar

- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas

Tratamentos           

O estadiamento do tumor colorretal, ou seja, a sua extensão e grau de disseminação com relação à localização, envolve o uso de exames de imagem e diagnóstico avançado, sendo fundamentais para que a equipe médica possa definir o tratamento mais indicado. São muitas as possibilidades para a abordagem terapêutica da doença e esse leque de tratamento aumenta a cada dia com a incorporação de terapias mais eficazes, menos tóxicas e mutilantes.

Os tratamentos, preferencialmente, devem envolver uma equipe multidisciplinar dedicada a abordagem terapêutica desta patologia; composta por cirurgiões, radioncologistas, oncologistas clínicos, endoscopistas, radiologistas, além das equipes de apoio com psicólogos, nutricionistas, estomaterapeutas e enfermeiras.

Em geral os tratamentos se dividem em locais (cirurgia aberta laparoscópica ou robótica; radioterapia; embolização e ablação) ou sistêmicos (quimioterapia, imunoterapia e terapias-alvo). Entretanto, é o uso adequado dessas modalidades que traz o melhor resultado para os pacientes, tanto para aumentar a possibilidade de cura, como para preservar o reto e evitar a necessidade de colostomia definitiva.