Mais que um movimento de prevenção contra o câncer de próstata, o Novembro Azul também é uma oportunidade para que os homens se conscientizem da importância de cuidar da saúde. Assim, além desse problema que merece total atenção, tendo em vista que o diagnóstico no estágio inicial da doença é sinônimo de cura para 90% dos casos, a visita anual ao urologista deve ser usada para detectar outras situações igualmente graves e que podem comprometer a qualidade de vida.
No entanto, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 51% dos homens nunca foram ao urologista. Na realidade, muitos ainda chegam aos consultórios após um longo período de pressão do núcleo familiar ou acompanhados pela esposa. Para o médico urologista e coordenador do Programa de Residência Médica em Urologia do Hospital Evangélico de Belo Horizonte, Arilson Carvalho Jr., essa resistência tem diminuído com o tempo, também devido à campanha Novembro Azul, mas é necessário reforçar a necessidade.
“O início da prevenção ao câncer de próstata é a partir dos 45 anos. Geralmente, as consultas são adiantadas quando há casos na família, com pai ou irmãos. Mas há outros momentos da vida do homem em que essa consulta é importante, como no início da puberdade ou quando ele começa a atividade sexual, e também para os exames pré-nupciais, para detectar a existência de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e fazer o aconselhamento sexual para uma nova fase da vida”, ressalta.
Câncer de pênis
O temido câncer de pênis é outra doença que, diagnosticada no início, reduz as chances de uma amputação parcial ou total do órgão. Sintomas como mudanças na pele, alteração da cor, nódulo, ferida que sangra ou não cicatriza, erupção cutânea vermelha sobre o prepúcio, pequenas feridas escamosas ou aparecimento de manchas marrom-azuladas planas, fluido malcheiroso ou sangramento, inchaço na cabeça do pênis e nódulos na virilha, quando detectados, devem motivar a ida ao urologista.
Entre as causas da doença estão as condições inadequadas de higiene do pênis, o que resulta no acúmulo de secreções que podem causar a proliferação de bactérias e infecções, existência da fimose que não permita que a cabeça do órgão seja exposta para ser lavada com água e sabão, HPV (papilomavírus humano) e/ou antecedentes de infecções sexualmente transmissíveis como AIDS e tabagismo.
Impotência e outros
Apesar do risco que envolve o câncer de próstata, há uma lista de outros problemas urológicos que também demandam o acompanhamento do urologista. Um deles é a disfunção erétil, para a qual existe tratamento eficaz, como enfatiza o especialista do Hospital Evangélico, sem que a pessoa precise recorrer ao risco da automedicação.
Na mesma linha, a Hiperplasia Benigna da Próstata (HPB) caracteriza-se pelo aumento da glândula e atinge quase a metade da população masculina com mais de 50 anos, podendo atingir 90% com o avanço da idade. Com esse crescimento, o canal urinário é comprimido, o que pode gerar vários problemas como a obstrução da bexiga e a incontinência urinária. “O acompanhamento médico é fundamental para prescrever o tratamento no momento correto”, considera Arilson Carvalho Jr.
Além das doenças urológicas, há aspectos da saúde masculina que também podem ser avaliados pelo especialista. Entre eles estão obesidade, saúde sexual, detecção de cálculo renal, transtornos do sono, ansiedade e outros problemas psicológicos também podem ser abordados durante essa consulta. “Em tese, o urologista é o médico do homem”, define Arilson Carvalho Júnior.
HE – Instituição fundada há 76 anos, inicialmente como ambulatório, o Hospital Evangélico de Belo Horizonte engloba, além da Unidade Serra, mais 9 unidades de negócios em Belo Horizonte, Contagem e Betim. Em 2021, realizou mais de 1,368 milhão de procedimentos médicos pelo SUS, convênios e particulares, e é referência em atendimentos de nefrologia e oftalmologia para o SUS no Estado. Atualmente, a rede tem mais de 2,3 mil colaboradores.