O Hospital São Rafael, da Rede D’Or, acaba de realizar um procedimento inédito na Bahia, o Sistema Urolift, indicado para tratar casos de hiperplasia prostática benigna, conhecida como próstata aumentada. A cirurgia exitosa foi feita em dois pacientes, com idades de 62 e 70 anos.
Apesar do Sistema Urolift já ser aprovado nos Estados Unidos desde 2013, só há pouco tempo teve aprovação no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Um dos motivos é o custo elevado devido a questões de importação.
O dispositivo de aplicação Urolift é inserido pela uretra. Os pacientes mostram uma experiência de recuperação melhor que em outros procedimentos, com resultados duradouros e sem nenhuma disfunção sexual permanente. Não pode ser feito para qualquer grau de próstata aumentada, o Urolift é recomendado para próstatas de até 100g, segundo a bula do fabricante e a FDA, a agência reguladora americana.
Alta no mesmo dia
“É um procedimento que não exige aquecimento, corte ou dano ao tecido da próstata. Ocorre por via endoscópica, através da uretra, e o paciente tem alta após a alta anestésica, ou seja, no mesmo dia do procedimento”, explica o urologista Nilo Jorge Leão, responsável pela cirurgia. O médico realizou diversos treinamentos prévios pelo hospital e também no Congresso Brasileiro de Urologia.
Durante a intervenção cirúrgica, Leão esteve acompanhado do médico urologista André Berger, que atua na USC (Universidade do Sul da Califórnia), no Estados Unidos, e também coordena o Núcleo de Robótica do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Berger já realizou mais de 500 procedimentos similares ao Urolift.
Leão explica que dentre os tratamentos invasivos para a hiperplasia prostática benigna, o Sistema Urolift é o único que preserva a função ejaculatória após o tratamento. “Diferente da RTU que é a popular raspagem e diferente de cirurgias convencionais para o aumento benigno da próstata. Além disso, por ser menos invasivo, ele é um bom procedimento para pacientes que possuam outras doenças e sejam mais frágeis”, diz.
Pioneirismo
O médico explica que ter uma unidade como o São Rafael, pioneiro neste tipo de intervenção cirúrgica, é uma ótima notícia para os pacientes baianos que precisam de alternativas de tratamento.
"Mostra o papel de vanguarda do hospital São Rafael, de estar preocupado em oferecer para seus pacientes os tratamentos mais modernos e ajudar com a inserção de novas tecnologias que facilitem a recuperação dos pacientes e melhore os resultados cirúrgicos."
Conforme Leão, o procedimento poderá ser repetido no São Rafael de acordo com a demanda, mas ainda está pouco difundido porque ainda não é coberto no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde), o que requer custos extras além do que o convênio cobre habitualmente para procedimentos da próstata. Com a incorporação à ANS, tende a ser mais facilmente incorporado à rotina médica.