A Bahia segue em estado de emergência. Por conta do número de pessoas afetadas pelas enchentes que atingiram o sul e o extremo sul do estado - 661 mil e mais de 90 mil respectivamente, de acordo com a última atualização da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (SUDEC) -, há a demanda por roupas, agasalhos, comida, água e remédios. Além disso, os postos de coleta da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) tiveram uma redução no número de doadores. Em solidariedade às vítimas da chuva, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e o Sindicato das Agências de Propaganda do Estado da Bahia (Sinapro-Bahia) lançaram uma campanha unificada na comunicação baiana.
A campanha envolve veículos de comunicação e setores da imprensa, com o objetivo de mobilizar e conscientizar a sociedade para ajudar as vítimas das enchentes por meio da doação de sangue.
“Em situações como a que vivemos nestes dias, a comunicação sempre ajuda fazendo o seu trabalho de levar informação qualificada à população”, afirma a presidente do Sinapro, Vera Rocha.
A publicitária reconhece a atuação dos veículos no combate à desinformação - com fakes disseminando pânico e tentativas de golpes financeiros - e o apoio a diversas iniciativas pela arrecadação de donativos. Mas ressalta a necessidade emergente de suprimento dos estoques de sangue e hemoderivados (medicamentos produzidos a partir do sangue humano). “Isso não pode ser suprido de outra forma, senão pelo caminho da sensibilização e mobilização”, defende.
Como primeiro passo, a campanha contará com a participação de jornalistas e comunicadores de Salvador e do interior. Esses profissionais divulgarão a campanha em seus programas e perfis pessoais, e participarão como doadores, estimulando as pessoas a partir de seus exemplos.
A campanha traz também o compromisso de atualizar e divulgar periodicamente um balanço dos estoques de sangue e hemocomponentes em cada região baiana. A Hemoba tem 29 unidades de coleta na Bahia, além de 100 empresas conveniadas e habilitadas a fazer a coleta. Neste momento, unidades de Eunápolis, Teixeira de Freitas, Jequié, Vitória da Conquista e Barreiras estão funcionando com poucos doadores devido à dificuldade de mobilidade nesses municípios.
As entidades organizadoras explicam que a urgência é por doadores que ajudem a ampliar a coleta, inclusive em Salvador, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus, Juazeiro e outras cidades onde a coleta não foi afetada pelas chuvas.
“É necessário alcançar níveis seguros de sangue para atender a demandas habituais e possíveis situações de emergência causadas pelos temporais. Esse patamar será atingido quando chegarmos a um estoque capaz de suprir a necessidade por 8 a 10 dias”, destaca Ernesto Marques, presidente da ABI. Segundo o dirigente, o desafio da campanha é não apenas atingir este estágio, como seguir mantendo as doações para evitar perdas de vida por falta de sangue.