O drama brasileiro segue adiante ainda sem controle
Tasso Franco , da redação em Salvador |
19/06/2021 às 15:53
Vacinação já
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O Brasil atinge a marca de 500.000 mortes pela Covid, imerso em caos sanitário e com brasileiros tendo que lutar com negacionismo científico e desinformação No mundo, é o segundo país com mais vítimas do novo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, com 600 mil mortos.
Ao contrário dos americanos, porém, que veem a pandemia retroceder após uma grande campanha de vacinação, o Brasil está no seu segundo maior patamar de casos e mortes diárias, superado apenas pela crise de março e abril, e a dinâmica do coronavírus é de estabilidade ou aceleração na maioria dos estados.
Na última quarta, o número de novas mortes diárias, pela média móvel de sete dias, voltou superar as 2 mil, o que não ocorria desde 10 de maio. O número de novos caso diários, pelo mesmo critério, está em 70 mil, próximo ao pico do final de março de março, quando estava em 77 mil.
Desde o início de maio, a taxa de reprodução do vírus no Brasil é igual ou maior que 1, o que indica persistência ou aceleração da contaminação. Esse número havia ficado abaixo de 1 durante a maior parte do mês de abril. Foi naquela época que governadores e prefeitos começaram a relaxar as regras que restringiam a circulação de pessoas, um dos motivos apontados por especialistas para a atual alta.
Esses dados se refletem na ocupação dos leitos de UTI, que nesta semana era superior a 90% em dez capitais e no Distrito Federal. No interior de São Paulo, havia no último domingo 5.206 pessoas em leitos de terapia intensiva para covid-19, número mais alto do que pico anterior, de 6 de abril.
Um estudo realizado pelo Instituto Butantã com casos identificados até o dia 29 de maio, identificou a variante Gamma (ou P1, encontrada inicialmente em Manaus), em 89,9% das infecções no estado de São Paulo. A Alfa, originada no Reino Unido, representou 4,2% das infecções, e a Beta, da África do Sul, 3,5% Não foram identificadas amostras da Delta, da Índia. Em âmbito nacional, o país tem baixa capacidade de fazer a vigilância genômica, que identifica as novas variantes, diz Coutinho.