Saúde

COM AVANÇA DA ONCOLOGIA, MAIORIA DOS CÂNCERES DEIXARAM DE SER FATAIS

Coordenador de Cirurgia Oncológica da CLION destaca avanços no diagnóstico e tratamento, mas reforça: prevenção sempre será o melhor remédio
Carlos Baumgarten , Salvador | 05/02/2021 às 10:56

Os avanços constantes da medicina permitiram que a maioria dos cânceres deixasse de ser uma sentença de morte para os pacientes diagnosticados. O oncologista cirúrgico André Carvalho, coordenador de cirurgia oncológica da CLION, destaca a possibilidade, hoje, de realização de inúmeras cirurgias que promovem a retirada de tumores, preservando o órgão afetado.

No entanto, o câncer é ainda uma doença que exige atenção. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que a doença é a segunda que mais mata do mundo, atrás apenas das cardiovasculares. Por isso, o dia 4 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer, chama a atenção para a necessidade de ações preventivas. 

André Carvalho explica que existe a prevenção primária e secundária. “A prevenção primária diz respeito a hábitos de vida e medidas comportamentais: fazer exercícios físicos, evitar alimentos com pouca fibra para não favorecer surgimento de câncer no intestino, se vacinar contra o vírus HPV, que previne contra o câncer no colo do útero ou ainda evitar o tabagismo, responsável por diversos tipos de câncer”, esclarece.

Já a prevenção secundária se refere a uma proatividade do paciente com relação a exames médicos, que podem permitir identificar tumores benignos ou outras condições que predispõem ao câncer. “Os avanços nos permitem ter também maior precisão no diagnóstico, para direcionar o tratamento correto para cada caso e que traga maior efetividade”.

Sobre os avanços na área cirúrgica, o oncologista lembra que, além das cirurgias menores, que preservam os órgãos, é possível também realizar procedimentos mais complexos com maior nível de resultados positivos. “É preciso lembrar que o câncer, nos casos dos tumores sólidos, não hematógicos, na maioria das vezes, só podem ser curados com a retirada efetiva do tumor. Algumas exceções que fogem a essa regra são alguns tumores malignos da cabeça e pescoço, próstata, colo de úteros e ánus. Os demais tratamentos são complementares”, explica. 

 

"O câncer no peritôneo era considerado estágio terminal da doença. Hoje, podemos curar alguns casos, com a extirpação total do tumor e aplicação de quimioterapia aquecida dentro do abdome durante a cirurgia. É a cirurgia citorredutora com hipertermoquimiotetapia (HIPEC) intraoperatória", acrescenta o médico. 

André Carvalho reitera que quanto antes o câncer for diagnosticado, maiores serão as chances de cura. “Cânceres em estágios avançados exigem tratamentos mais complexos e com chances de cura menores. Por isso, é importante estar em dia com os exames médicos”. 

Ainda assim, o médico reforça que, hoje, a maioria dos cânceres pode ser administrada como uma doença crônica. “Em casos em que não há chances de cura, existem formas de o paciente conviver com a doença, administrando-a, e resguardando qualidade de vida”, diz.

“No entanto, vale lembrar, que a prevenção é ainda o melhor remédio para se evitar a doença”, concluiu.