O Novembro Azul traz o alerta para que os homens possam se conscientizar da necessidade dos cuidados com a saúde, em especial ao câncer de próstata, que, se diagnosticado de forma precoce, possui altas taxas de cura. Para isso, é importante também estar atento aos fatores de risco, sendo que o principal deles é o histórico familiar.

O alerta é do urologista do Grupo CAM, Fábio Sepúlveda. Ele explica que pessoas que tenham familiares acometidos pelo câncer de próstata devem redobrar a atenção. O médico lembra que o câncer de próstata é o mais comum entre homens, ficando atrás apenas de alguns tumores da pele. “A doença geralmente afeta homens que estão em fase ativa e desempenham ainda um papel importante para a família e sociedade”.

O urologista afirma que a única maneira de alterar o curso natural da doença é o tratamento precoce. “Quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores as chances de cura, que de maneira geral, podem chegar a até 90%”.

Além do histórico familiar, o câncer de próstata é bastante comum em homens de ascendência negra. Segundo o IBGE, 55% da população brasileira se autodeclara negra. Em Salvador, esse percentual chega a 82%. “Considerando essa realidade em nosso país, é importante incluir esse fator de risco”. Pacientes

Homens a partir dos 45-50 anos estão mais suscetíveis à doença e, por isso, Fábio reitera a necessidade de consultas regulares com especialistas para fins de avaliação. “O Novembro Azul é uma campanha que procurar expor a necessidade de realização de exames periódicos, para que o homem tenha atenção à sua saúde”.

No período da pandemia, houve uma redução expressiva no número de homens que procurou serviços de saúde, seja exames, seja consulta. “Este é o momento de atualizar o status de saúde”, reforça Fábio.  

Rastreamento

Fábio Sepulveda explica que é possível fazer o rastreamento precoce do câncer de próstata, antes mesmo de qualquer sintoma aparecer. “A partir daí, é possível tomar medidas para evitar a evolução da doença”.

Ele lembra que as tecnologias disponíveis, tanto para diagnóstico, quanto para tratamento, estão muito mais avançadas. O médico avalia, a partir da entrevista inicial com o paciente, os fatores de risco do paciente e, por meio de exames clínicos, incluindo o de toque retal, observa qual a probabilidade de ele estar acometido com doença ou não.

A ressonância magnética pode ser utilizada para aprimorar o índice de acerto com relação ao diagnóstico. “A ressonância pode fazer uma identificação mais precisa e ajudar a aumentar a taxa de acerto da biopsia, que consiste na retirada de pequenos fragmentos da próstata para confirmar se o paciente está acometido ou não pela doença”.

O diagnóstico precoce, como lembra o médico, permite ainda a realização de tratamentos menos agressivos. “Para formas localizadas, se o câncer não for agressivo, é possível acompanhar de maneira periódica a ponto de saber se o tumor vai evoluir. Podemos também optar por radioterapia ou cirurgia . Nos casos de diagnóstico precoce é bem comum associarmos a retirada completa do tumor com uma estratégia individualizada que permite a preservação da continência urinária e função sexual”.

 

Já para aqueles que estão com a doença avançada existem alguns tratamentos disponíveis, com medicações que, por exemplo, diminuem a testosterona no organismo, ou ainda a remoção dos testículos com o mesmo objetivo.

Os avanços dos últimos anos no tratamento vêm buscando, cada vez mais, diminuir efeitos colaterais ou sequelas, como a impotência sexual, dificuldades de ereção e perda de urina. “Temos hoje cirurgias minimamente invasivas, cirurgias assistidas por robôs, que possibilitam melhor conhecimento da anatomia e, por consequência, trazem melhores resultados. A radioterapia também passou por uma revolução, com efeitos colaterais menos frequentes”, explica Fábio,

O urologista reitera que ainda não há nenhuma evidência consolidada capaz de diminuir a incidência do câncer de próstata na população. Portanto, a detecção precoce do câncer continua sendo a melhor estratégia para a superação da doença. Buscar hábitos de vida mais saudáveis contribuem para o equilíbrio da saúde em geral. “Nenhuma atitude isolada diminui a incidência do câncer de próstata, mas uma alimentação balanceada que incluam vegetais, frutas, legumes e verduras, praticar exercícios físicos regulares, e evitar o tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas são recomendações gerais para a saúde que todos os urologistas recomendam."