Veja números anunciados pelo MS nesta segunda-feira, 8
Tasso Franco , da redação em Salvador |
08/06/2020 às 19:54
Ministro da Saúde, Eduardo Panzuello
Foto: DIV
O Ministério da Saúde confirmou novos 679 óbitos pelo coronavírus nesta segunda-feira, 8, totalizando 37.134 vítimas da doença. No mesmo período, houve o diagnóstico de 15.654 novos casos de infecção e agora são 707.412 no total. O Brasil é o terceiro país com mais mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Na semana passada, a gestão Jair Bolsonaro vinha divulgando os números de casos e mortes por coronavírus por volta das 22 horas e ainda sinalizou que faria uma recontagem das vítimas. A postura do governo federal motivou críticas de gestores da área de saúde, cientistas e parlamentares sobre falta de transparência do ministério. Nesta segunda, os dados foram divulgados em coletiva de imprensa, iniciada às 18 horas.
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação formaram uma parceria para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. Participam da iniciativa O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, Extra, G1 e UOL, que divulgarão os novos números de óbitos às 20h.
BOLSONARO EXIGE MENOS DE 1000 MORTES
A ginástica operada pelo Ministério da Saúde para manipular os dados da pandemia da covid-19 ocorreu após determinação do presidente Jair Bolsonaro para que o número de morte pelo coronavírus fique abaixo de mil por dia. Para se enquadrar no limite imposto pelo chefe do Executivo, a solução foi separar os óbitos ocorridos nas últimas 24 horas das mortes de datas anteriores, mas que só foram confirmadas naquele período. Até a semana passada, o Ministério da Saúde somava todas as mortes confirmadas em um mesmo dia, independentemente de quando ela havia ocorrido.
A estratégia do Palácio do Planalto é uma tentativa de demonstrar que não há uma escalada da doença fora de controle e, ao mesmo tempo, apontar que há um exagero da imprensa. A ideia de Bolsonaro é mostrar que o número de mortes nunca esteve acima de mil por dia, mas apenas a consolidação dos dados de pacientes que morreram em datas anteriores. O Brasil tem 37.312 óbitos e 685.427 casos confirmados da covida-19. É o segundo país em número de contaminados, e o terceiro em mortes.
O Brasil superou o número de mil mortes diárias pela primeira vez em 19 de maio. No dia 3 de junho, o país bateu recorde com o registro de 1349 óbitos em 24 horas. Foi nesta data que o governo atrasou pela primeira vez a divulgação do balanço da pandemia, que passou a ser enviado por volta das 22h. No dia seguinte, novo recorde: 1.473 óbitos e mais um atraso.