Saúde

Idosos em isolamento devem manter rotina para preservar a saúde mental

Amanhã, a Holiste Psiquiatria promove uma Live com o psicogeriatra André Gordilho, com informações sobre como lidar com os idosos em afastamento social
Litiane de Oliveira , Salvador | 20/04/2020 às 19:31
André Gordilho
Foto: Divulgação

O afastamento social necessário como prevenção ao Covid-19 já chega a um mês e ainda não há uma previsão de término. Diante desse quadro, cresce a preocupação com o que fazer para que os principais atingidos com a medida – os idosos – não tenham sua saúde física e mental afetada.

Os idosos que com algum problema de saúde que os inviabiliza de um contato social mais ativo podem não sentir tanta dificuldade durante a quarentena, mas para aqueles que estão acostumados a sair, cuidar de afazeres e ter uma vida social mais intensa, podem apresentar quadros de ansiedade, depressão e outros transtornos, como detalha o psiquiatra e psicogeriatra da Holiste, André Gordilho.

“É necessário que haja uma adaptação. O idoso que está acostumado a cuidar de sua vida doméstica e financeira, pode continuar fazendo isso, de forma remota, pela internet. Pode ser até um novo aprendizado para ele, nesse momento. Também é importante que a família mantenha contato, seja por telefone ou pela internet, e também que esse contato de forma remota possa ser mantido com amigos e pessoas do convívio do idoso”, aponta André Gordilho.

O psicogeriatra irá responder perguntas e fornecer informações sobre como cuidar da saúde mental dos idosos durante a pandemia, em uma Live promovida pela Holiste Psiquiatria (@holistepsiquiatria) na próxima terça-feira, dia 21, às 19h30. As Lives são mantidas semanalmente no mesmo dia e horário pela clínica, abordando temas associados à saúde mental, durante a pandemia de Covid-19.

A psicóloga do Núcleo da Terceira Idade da Holiste, Raíssa da Silveira, destaca a importância de manter os idosos estimulados durante a quarentena, prevenindo um declínio cognitivo e físico, o que atua diretamente na manutenção da autonomia e independência e consequentemente na qualidade de vida e saúde mental do idoso.

“Pode-se manter atividades que eles já fazem dentro de casa, como cozinhar, arrumar o local, cuidar dos netos, consertar algum objeto, resolver pendências. Aos que ainda trabalham, se possível seguir em home office é o ideal. Também á aconselhável adaptar o que eles fazem fora à rotina dentro de casa, como se exercitar, realizar atendimentos terapêuticos online, caso ele faça estimulação cognitiva, terapia, e até consultas a médicos clínicos. Também é possível assistir à missa pela televisão e fazer uso da tecnologia para manter as relações sociais”, indica Raíssa.

Outra dica dos especialistas é estimular os idosos a jogar, ler, estudar, pintar, costurar, tocar um instrumento, planejar uma viagem futura, ou seja, se engajar em atividades que podem ser feitas em casa e que o estimulem.

“Vale lembrar que mais importante do que se encher de atividades é o idoso ter uma função no lar e nas relações, se sentir útil e ativo. Também não adianta querer que ele faça coisas que nunca fez, não tem costume, não gosta e não fazem sentido pra ele. A construção de uma rotina durante o isolamento é fundamental para se organizar, otimizar o tempo e não ficar ansioso, mas precisa ser feita com a participação do idoso ou por ele mesmo, perguntando lhe como acha que deve ser, o que deseja fazer e se tem interesse em incluir algo novo”, conclui a psicóloga.