Considerada uma epidemia mundial, a obesidade aumenta o risco de infarto. Uma vez diagnosticado o problema, deve-se investir no controle do peso de modo continuado, saudável e em longo prazo. Perder peso rápido e ganhar novamente, ou seja, o efeito sanfona, traz prejuízos ao organismo. O cuidado vale também para as dietas milagrosas, com medicamentos, chás e suplementos que prometem perda rápida de peso.
A orientação é procurar o acompanhamento de um médico que vai analisar os hábitos de vida, o histórico de doenças e a história familiar do paciente para propor cuidados e uma alimentação saudável, que deve ser incorporada à rotina durante toda a vida. A médica gastroenterologista Virgínia Figueiredo, da Diagnoson a+, destaca que as principais causas do sobrepeso e da obesidade são a má alimentação e o sedentarismo, agravados ainda pela ingestão de álcool em grande quantidade, combinação perigosa, mas que pode ser evitada.
Uma alimentação desequilibrada, marcada pela ingestão de alimentos processados pobres em nutrientes, vitaminas e minerais, pode trazer uma série de riscos à saúde. É o caso do sobrepeso e da obesidade, que escondem por trás dos quilos extras uma relação extensa de complicações que vão muito além da estética. Diabetes, hipertensão, dislipidemia, que é o excesso de gordura no sangue, e esteatose hepática, conhecida como doença do fígado gordo, são algumas delas.
A médica lembra, também, que o hábito alimentar saudável deve ser construído já na infância. Consumos de refrigerante, sucos artificiais ou mesmo sucos naturais, com açúcar adicional, embutidos e o abuso de alimentos processados, são prejudiciais à saúde e favorecem quadros de obesidade desde a infância precoce.
No lugar deles, vale apostar em alimentos naturais, ricos em fibras, nutrientes e vitaminas e com baixo teor de açúcar (frutas, legumes, grãos, cereais), que são fundamentais para o bom funcionamento do organismo. Dra. Virgínia lembra que não é preciso se privar do que gosta de comer ou ficar escravo da balança. “O caminho é o do equilíbrio. Quando percebemos que é possível preparar alimentos saudáveis e saborosos, e que podemos contar com eles para a promoção da nossa saúde e do nosso bem-estar, fica mais prazeroso adotar uma alimentação alinhada à um estilo de vida mais saudável”, afirma.
A obesidade infantil precisa ser olhada com atenção pelos pais e escolas, que devem envolver a criança numa rotina alimentar saudável. A ida ao mercado é um momento importante e saber escolher os alimentos que colocamos no carrinho é parte fundamental do processo de controle e combate ao sobrepeso.
Feliz com a balança e com a saúde
Dra. Virgínia destaca algumas dicas para quem quer evitar o sobrepeso e quadros de obesidade: evitar alimentos processados, reduzir a quantidade de óleos, sal e açúcar e diminuir o consumo de bebidas alcoólicas são regras de ouro. Abusar de temperos naturais, como cebola, salsinha, cebolinha, coentro, cúrcuma, páprica, açafrão, e tantos outros, estão liberados, bem como tirar proveito da diversidade de frutas e legumes comuns no Brasil.
Praticar atividades físicas e realizar os exames de imagem e sangue pertinentes, é essencial. “Um check-up pode sinalizar altos níveis de gordura e açúcar no sangue, bem como a presença de gordura no fígado e ligar o alerta de que é preciso frear o ganho de peso”, frisa.
IMC
O índice de massa corporal (IMC) é uma medida para avaliar se a pessoa está no peso adequado à sua altura. Ele é simples de calcular e revela informações importantes sobre nossa saúde.
Como calcular: peso em kg dividido por duas vezes o valor da altura em metros. Se o valor deu entre 25 e 29, é preciso ficar alerta, pois é indício de sobrepeso, condição que favorece o aparecimento ou o agravamento de doenças:
Situação | Peso adequado | Sobrepreso – Pré-Obesidade | Obesidade Grau 1 | Obesidade Grau 2 | Obesidade Grau 3 |
IMC | 18,6 - 24,9 | 25,0 - 29,9 | 30,0 - 34,9 | 35,0 - 39.9 | Acima de 40,00 |