O encontro, realizado pelo NTCO, acontece no dia 12 de fevereiro, simultaneamente, em Salvador e em Feira de Santana
Carol Campos , Salvador |
03/02/2020 às 13:45
Encontro esclarece dúvidas sobre o tratamento cirúrgico para obesidade
Foto: divulgação
Para esclarecer dúvidas e orientar sobre as indicações, benefícios e riscos da cirurgia bariátrica e metabólica, o NTCO (Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade) realiza no próximo dia 12 de fevereiro, às 18h30, em Salvador e em Feira de Santana, um encontro aberto à população e voltado para pessoas que sofrem de obesidade e doenças associadas e seus familiares. Informações e inscrições gratuitas através do telefone (71) 3038-0700. Vagas limitadas.
Em Salvador, o encontro acontecerá no Auditório do Edifício Thomé de Souza (Avenida ACM, 3244, 5º andar). Em Feira de Santana, será no Auditório do Hospital EMEC (Avenida Getúlio Vargas, 1186, Ponto Central).
No encontro, que é realizado mensalmente, profissionais da equipe médica multidisciplinar do NTCO, clínica que é referência no tratamento da obesidade, esclarecem as dúvidas dos pacientes. É uma oportunidade que o paciente tem de tirar todas as dúvidas sobre o procedimento e de estar em contato com profissionais que são fundamentais antes, durante e depois da realização da cirurgia.
Um em cada cinco brasileiros sofre de obesidade. De acordo com o Ministério da Saúde, 55,7% da população brasileira está acima do peso (sobrepeso) e 19,8% sofre de obesidade. Não por acaso, o Brasil é o segundo país do mundo no ranking da cirurgia bariátrica, ficando atrás apenas dos EUA. Quando a obesidade chega a um nível crítico com outras doenças associadas e a dieta, associada às atividades físicas, não produz efeito, a intervenção cirúrgica é uma alternativa. “Quando o grau de obesidade e de doenças associadas trazem risco de vida, o tratamento cirúrgico é recomendado”, explica o cirurgião Adriano Rios, diretor do NTCO.
Apesar de ser bastante segura, a cirurgia bariátrica apresenta riscos como qualquer procedimento cirúrgico e deve ser realizada em centros especializados. O paciente precisa ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar antes e depois do procedimento. Cada caso precisa ser avaliado cuidadosamente. A análise do paciente envolve vários exames. É importante que o paciente esteja bem informado sobre o procedimento, o pré e o pós-operatório e os hábitos que terá que adotar após a cirurgia. A indicação cirúrgica pode ser feita dos 18 aos 65 anos. “A cirurgia promove o emagrecimento e melhora do quadro geral do paciente e da sua qualidade de vida, mas não é um milagre, o paciente precisa adotar novos hábitos que devem acompanhá-lo para o resto da vida”, explica o cirurgião Adriano Rios, diretor do NTCO.
A obesidade é o resultado de um desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade gasta, causando acúmulo de gordura. É considerada uma doença crônica, multifatorial, progressiva e que pode causar a morte precoce. Entre as doenças e complicações associadas à obesidade, estão hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças osteoarticulares, diabetes, problemas de circulação, refluxo gastroesofágico, apneia so sono, esteatose hepática (gordura no fígado), alguns tipos de câncer, disfunções respiratórias, depressão e outros transtornos psicológicos.
Cirurgia Bariátrica
Além de reduzir o peso, melhorar a saúde em diversos aspectos e promover a qualidade de vida, a cirurgia bariátrica colabora com a recuperação da autoestima. O procedimento promove a mudança de hábitos e a qualidade de vida do paciente com o objetivo de fazê-lo ter uma vida mais saudável e longa.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a maioria dos procedimentos é feito em pacientes entre 35 e 50 anos. A indicação cirúrgica pode ser feita, no entanto, dos 18 aos 65 anos. A população feminina representa cerca de 70% das cirurgias realizadas no Brasil.
Dados da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018), do Ministério da Saúde, revelam que o índice de brasileiros com obesidade cresceu 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. O levantamento também registrou crescimento considerável de brasileiros com sobrepeso (excesso de peso). Mais da metade da população brasileira, 55,7%, sofre de excesso de peso.
Cirurgia Metabólica para o controle da diabetes tipo 2
Um tratamento cirúrgico traz uma nova perspectiva para os pacientes portadores de diabetes mellitus Tipo 2, doença que acomete principalmente pessoas obesas ou com sobrepeso. Trata-se da cirurgia metabólica indicada para pessoas que não conseguem controlar a diabetes e podem sofrer as complicações da doença. A indicação da cirurgia metabólica para o tratamento de pacientes com diabetes foi normatizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com a resolução Número 2.172/2017. O procedimento é indicado para pacientes diagnosticados com diabetes mellitus Tipo 2 (DM2) há menos de dez anos, que possuam Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 Kg/m2 e não consigam controlar a doença com o tratamento clinico e mudanças no estilo de vida. A cirurgia pode ser realizada em pacientes entre 30 e 70 anos no máximo.
O procedimento é uma variante da cirurgia bariátrica. A diferença é a indicação. Enquanto a bariátrica é indicada para promover o emagrecimento de pacientes com obesidade, a cirurgia metabólica tem como objetivo principal o controle da diabetes.
A cirurgia é considerada segura e os resultados, geralmente, são percebidos a curto prazo. O procedimento não garante a cura, mas possibilita o controle da diabetes, uma doença importante e sistêmica que atinge todos os órgãos. O paciente resgata sua saúde e sua qualidade de vida.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, a doença atinge mais de 425 milhões de pessoas no mundo e cerca de 13 milhões de brasileiros. A diabetes tipo 2 é a mais comum e representa 90% dos casos da doença, caracterizada pela produção reduzida de insulina pelo pâncreas ou por uma falha do organismo na ação da substância, que tem a função de metabolizar a glicose para produção de energia. A doença é associada aos hábitos de vida. “A obesidade, o sobrepeso e os hábitos de vida, como a má alimentação e o sedentarismo são fatores de risco para a doença”, afirma Adriano Rios.