Saúde

Hospital da Mulher se destaca na captação de córneas

Até setembro deste ano já foram captadas 50 córneas
Comunicação Governo da Bahia , Salvador | 17/09/2019 às 16:59
Hospital da Mulher
Foto: Alberto Coutinho/ GOVBA
A família da administradora de empresas Márcia Gabriela Tanajura doou as córneas da mãe, Iraíldes de Souza, que faleceu em agosto deste ano. Uma decisão tomada em um momento difícil, mas com total consciência da importância do gesto. "Se você pode fazer algo pelo próximo, por que não fazer? Por que não doar? Eu sou doadora de órgãos e tecidos. Houve essa oportunidade, meu pai também aceitou, não foi uma decisão só minha, e minha mãe era uma pessoa boa, que não negava nada a ninguém", contou Márcia.  
A possibilidade de doação foi comunicada pela equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), do Hospital da Mulher (HM), que funciona no Largo de Roma, em Salvador. Desde a abertura da unidade, em janeiro de 2017 é realizado um trabalho de captação de córneas, tecido que pode ser doado em até 6 horas após a constatação do óbito do paciente. Até setembro deste ano, já foram captadas 50 córneas, tecido que melhora a visão ou possibilita que pessoas cegas possam enxergar.
"Por não ser um hospital de "porta aberta", nós não temos como fazer transplante de órgãos. A gente pode doar córneas. Temos uma parceria com o Banco de Olhos, eles vieram aqui em 2017, fizeram um treinamento e, então, quando o paciente é internado ele já é acolhido tanto pelo serviço social, quanto pela psicologia. Após o óbito, conseguimos ver o perfil do paciente, se ele é ou não elegível para a doação. Tendo o perfil, a gente aborda o familiar", explica a presidente do CIHDOTT, Aline Botelho.
Esse trabalho vem ajudando a diminuir a fila de espera por transplantes de córnea no estado. O HM é o segundo hospital com maior número de captações, seguido pelo Ana Nery e o Eládio Lasserre. Em primeiro lugar, vem o Hospital do Subúrbio. De acordo com a Secretaria de Saúde, apenas 30% das famílias abordadas dizem sim à doação de órgãos e tecidos. Por isso, é importante que o desejo de doar seja comunicado ainda em vida. O registro no documento de identidade não é mais realizado.