Saúde

Controle da asma é importante para evitar crises graves

Doença que acomete cerca de 300 milhões de pessoas no mundo é causa atribuída à morte da escritora e roteirista Fernanda Young neste domingo (25)
Comunicação Cárdio Pulmonar , Salvador | 27/08/2019 às 09:59
Controle da asma é importante para evitar crises graves
Foto: divulgação
A asma, causa atribuída à morte da escritora Fernanda Young, 49 anos, neste domingo (25), é um problema grave e crônico que precisa ser controlado, pois, em caso de crise severa, pode causar a morte em minutos. Diagnóstico correto e a adesão ao tratamento podem evitar os episódios mais intensos, como destaca a pneumologista Larissa Sadigursky, da equipe de Medicina Respiratória do Hospital Cárdio Pulmonar.
Tratar a asma não é apenas usar medicação nos momentos de crise, como alerta a especialista, que desmistifica também o uso da “bombinha” no dia a dia. “O que mata não é a bombinha, mas a falta de controle da asma”, diferencia, alertando que, ao invés de usar a “bombinha” 10 ou 15 vezes por dia, o paciente pode ter indicação de tratamento contínuo com medicações antiinflamatórias ou até mesmo de um internamento para que receba medicamentos como adrenalina e corticoide, por exemplo, ou passe por outros procedimentos.
Fatores ambientais e genéticos podem gerar ou agravar a doença. Entre os aspectos ambientais estão a exposição a poeira, barata, ácaros, fungos, variações climáticas e infecções virais - especialmente o vírus sincicial respiratório e rinovírus, principais agentes causadores de pneumonia e resfriado, respectivamente.
Destacam-se nos fatores genéticos o histórico familiar de asma ou rinite e obesidade, tendo em vista que pessoas com sobrepeso têm mais facilidade de desencadear processos inflamatórios, daí a importância de uma alimentação equilibrada.
Doença inflamatória crônica pulmonar caracterizada pela hiper-reatividade das vias aéreas inferiores, o que determina episódios recorrentes de chiado no peito, falta de ar, aperto no peito e tosse, a asma acomete cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, sendo cerca de 250 mil o número de óbitos anuais relacionados à asma.
“Com a doença, as paredes dos brônquios se tornam inflamadas ou inchadas, reduzindo a luminosidade e resultando na produção de muco e secreção. Além disso, existe uma contração exagerada dos músculos das paredes brônquicas, dificultando a passagem do ar”, explica”.
“Em geral, trata-se de uma doença que não pode ser curada definitivamente com tratamento medicamentoso ou não-medicamentoso. Entretanto, existe controle através de medicamentos que reduzem a inflamação e o espasmo das vias aéreas, o chamado broncoespasmo”, ressalta a pneumologista.  

Cuidados

A pneumologista do HCP Tatiana Galvão explica que a “trajetória” da asma varia de paciente para paciente. “Alguns apresentam episódios apenas na infância e depois permanecem controlados por toda a vida, sem nenhuma outra crise. Outros podem ou não experimentar um curto período de melhora, com retorno dos sintomas e necessidade de tratamento contínuo”, afirma. A médica completa que há ainda outros pacientes que terão asma na infância, permanecerão longos períodos sem qualquer tipo de sintoma e voltarão a manifestar a doença quando idosos.
“Uma vez com asma, com asma por toda a vida, haja vista que não há cura e, mesmo após muitos anos sem sintomas, o paciente não deixou de ser asmático. Apenas estavam controlados os sintomas que podem ser desencadeados novamente a qualquer momento da vida”, completa Tatiana Galvão.
O coordenador do Serviço de Medicina Respiratória do HCP, Ricardo Sales, ratifica as informações dos pneumologistas e ressalta “a importância da consulta e da realização de exames médicos para confirmar e controlar a asma, o que, certamente, pode salvar vidas”.