Recurso é utilizado para tratar pacientes com obesidade, doença crônica que atinge um em cada oito adultos no mundo
Comunicação Cárdio Pulmonar , Salvador |
22/08/2019 às 04:51
Um em cada oito adultos tem obesidade no mundo. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a projeção é de que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de pessoas estejam com excesso de peso, sendo mais de 700 milhões com obesidade, doença crônica e multifatorial. Caso o paciente tenha perfil, a cirurgia bariátrica é uma opção de tratamento contra a obesidade.
“Doença crônica, a obesidade exige tratamento adequado, contínuo e multidisciplinar. Além de reduzir a qualidade de vida, o distúrbio pode desencadear patologias graves, como doenças cardiovasculares, diabetes e até câncer, entre outras”, alerta o cirurgião Erivaldo Alves, diretor do Centro de Excelência em Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital Cárdio Pulmonar (HCP), certificado pela SCR – Surgical Review Corporation em 2017.
O primeiro paciente foi submetido à cirurgia bariátrica no HCP em 2014. “Além da consulta com o cirurgião, os candidatos passam por criteriosa avaliação multidisciplinar, com exames pré e pós-operatórios, cirurgia e acompanhamento pós-operatório”, explica o médico, que já realiza a cirurgia há 18 anos. Ele acrescenta que o atendimento é otimizado para que os exames sejam feitos no menor tempo possível, já que todos estão disponíveis no Centro Médico Cárdio Pulmonar.
A equipe médica reúne cardiologista, endocrinologista e cirurgião geral. O grupo multidisciplinar inclui endocrinologista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, educador físico, profissional de enfermagem e pneumologista, como foco em apneia do sono.
“É extremamente importante que o paciente cumpra todas as etapas estabelecidas no programa da cirurgia bariátrica. A intervenção vem junto com uma mudança de comportamento, o que é fundamental para que o paciente passe por readaptação e ganhe qualidade de vida”, assegura.
“É feito um acompanhamento sistemático de indicadores que demonstram a qualidade e segurança para os pacientes do programa, que tem como uma das metas a alta hospitalar no primeiro dia do pós-operatório”, completa o médico.
Indicadores cirúrgicos
Como explica o cirurgião Erivaldo Alves, a obesidade é uma alteração causada por componentes genéticos (80% tem familiar com obesidade), ambientais, metabólicos, pela microflora intestinal e por grandes traumas psicológicos. É definida por um excesso de reservas corporais de gordura, que ocorre quando a oferta de calorias é maior que o gasto de energia corporal.
“São considerados obesos mórbidos pacientes que tenham Índice de Massa Corporal (IMC= peso / altura x altura) acima de 40 ou aqueles com IMC maior ou igual a 35 com alguma doença decorrente desta obesidade”, explica.
“Com relação ao Índice de Massa Corpórea e idade, têm indicação para a cirurgia bariátrica pessoas entre 18 e 65 anos, com IMC > 40 kg/m², independentemente da presença de doenças associadas e com IMC entre 35 e 40 kg/ m² na presença de doenças associadas à obesidade”, orienta, acrescentando que, em alguns casos, é possível realizar a cirurgia em pacientes de 16 a 18 anos.