Em cada cadeira do auditório, “um bebê” dava as boas-vindas na abertura da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2019 (1º a 7/08) em Salvador. Na noite desta quinta-feira (1º), as atividades foram iniciadas pela Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), juntamente com o Comitê de Aleitamento Materno do Salvador (Coamas) e Comitê Estadual de Aleitamento Materno da Bahia (Ceam). 

No lançamento, que deu início ao Agosto Dourado, mês dedicado à amamentação, foram distribuídos laços dourados que simbolizam a defesa do aleitamento materno. A presidente da Sobape, pediatra Dolores Fernandez, reforçou o slogan da semana, que incentiva o empoderamento de pais e mães para garantir o aleitamento agora e no futuro.

“Já está provado que, além de auxiliar na questão cognitiva, o aleitamento materno tem impacto direto na economia. Se aumentássemos em 10% o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, reduziríamos no Brasil os gastos com saúde de crianças em 1,8 milhão de dólares por ano”, aponta, lembrando que no país menos de 40% dos bebês são amamentados na primeira hora de vida. 

A regulamentação tardia das políticas públicas municipais e estaduais em aleitamento materno também foi abordada e a pediatra disse que ainda é preciso avançar em pontos decisivos como, por exemplo, a revisão do tempo da licença paternidade (5 dias) e a garantia da licença-maternidade de seis meses. 

A vice-presidente da Sobape, a pediatra Ana Paz, falou sobre a cultura familiar e a vivência da mãe como um dos fatores para o sucesso da amamentação. Uma mensagem sobre o papel do pediatra gravada pela presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Luciana Silva, foi exibida logo após o vídeo oficial da semana, que reforça a importância do envolvimento da família para o sucesso do aleitamento materno.

“A SBP nunca esteve tão envolvida com a questão do aleitamento”, acrescentou Dolores Fernandez, fazendo também referência à atuação da pediatra Iandira Castro, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sobape e “mãe” dos “bebês” que lotaram no auditório na abertura da atividade.

Comitês

O trabalho do Ceam foi apresentado pela vice-presidente, Josaildes Ribeiro. “Ampliamos a participação e hoje contamos com o engajamento de diversos conselhos de classe, nas áreas de nutrição, fisioterapia, enfermagem e medicina, além das universidades. É um modelo que deu certo e fortalece nossa entidade, já vista como modelo de atuação no país”, comemora, anunciando a implantação de comitês regionais.

A enfermeira obstetra, Kátia Colavolpe, presidente do Coamas, falou sobre do caráter multidisciplinar das equipes que trabalham pelo aleitamento e da importância da vinculação das pacientes às equipes da unidade básica de saúde. A enfermeira disse ainda que é preciso ter outro olhar sobre o pós-parto, ainda negligenciado. “A garantia do aleitamento não virá apenas com o empoderamento de pais e mães, mas com investimento na educação de base das crianças”, defende.

Membro da Pastoral da Criança no Coamas, Elisabete Luz, que é líder e capacitadora, falou sobre as experiências bem sucedidas do apoio entre mulheres que amamentam. 

Também participaram da abertura da Semana Mundial do Aleitamento Materno a internacionalista do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fabiana Bento, o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 7ª Região (Crefito), Gustavo Vieira, a subcoodenadora da Rede de Atenção Materno Infantil da Secretaria Municipal de Saúde, Michele Sacramento, professores universitários e alunos, além de profissionais de diversas áreas da assistência em saúde.