Saúde

Mudança do tempo aumenta casos de Rinite Alérgica

O médico Aroldo Figueiredo explica os sintomas e como prevenir as crises
Laila Sampaio , Salvador | 09/04/2019 às 17:58
Dr Aroldo Figueiredo
Foto: divulgação

Com a chegada do outono-inverno muitas doenças aumentam sua incidência com a mudança de estação. A rinite alérgica está entre uma das principais patologias desse período, devido o ar seco e do aumento da poluição. Ela é definida como uma doença sintomática do nariz, decorrente da reação inflamatória mediada por anticorpos IgE específicos e manifesta-se após a exposição ao alérgeno. 

"A rinite alérgica é uma doença de alta prevalência em nosso meio. Em um estudo multicêntrico realizado no Brasil na população pediátrica, viu-se que na faixa etária de 13 a 14 anos, a prevalência da rinite foi de aproximadamente 30%. Os sintomas incluem obstrução nasal, coriza, espirros e prurido nasal, ocular ou de orofaringe. O diagnóstico adequado permite um tratamento satisfatório para o paciente. Para isso, necessitamos de uma história ampla associada a testes alérgicos cutâneos de qualidade". Explica Dr. Aroldo.

Sobre os tipos de rinite, o especialista explica que em documento recente, a Academia Europeia de Alergia e Imunologia propôs a classificação das rinites crônicas baseando-se no principal agente etiológico. "É constituída por 4 subgrupos: 1) rinites infecciosas (agudas, auto-limitadas, causadas por vírus, e menos frequentemente por bactérias); 2) rinite alérgica (forma mais comum, induzida por inalação de alérgeno em indivíduos sensibilizados); 3) rinite não alérgica não infecciosa (grupo heterogênio, pacientes sem sinais de infecção e sem sinais sistêmicos de in amação alérgica, exemplos: rinite induzida por drogas, rinite do idoso, rinite hormonal, rinite da gestação, rinite ocupacional não alérgica, rinite gustatória, e rinite idiopática); e 4) rinite mista (expressão significante em pacientes com rinite crônica, com mais de um agente etiológico, conhecido ou não)". 

Quanto ao tratamento da rinite alérgica, o médico aponta que baseia-se em três pilares. "Primeiramente, deve-se orientar os pacientes a realizar uma boa higiene ambiental. Tratamento medicamentoso, sintomático ou preventivo. E, em casos selecionados, imunoterapia com alérgenos". E informa que a prevenção é o primeiro passo no tratamento da rinite alérgica. "Não existindo contato entre o alérgeno e o paciente alérgico, os sintomas reduzem a intensidade, ocasionando redução ou suspensão do uso de medicações".

"Dentre os alérgenos domésticos devem ser evitados ácaros, fungos, baratas, animais domésticos. Outro aspecto importante é a retirada dos agentes irritantes, principalmente a fumaça e os agentes poluidores do ambiente. Em relação aos agentes externos, como os pólens, os cuidados devem ser maiores e geralmente mudanças nos hábitos ao sair de casa são necessárias". Alerta o especialista.

"As medidas para higiene ambiental podem ser primárias, cujo objetivo é prevenir a sensibilização do paciente, ou secundárias, para reduzir os sintomas quando este já for sensibilizado". Informa Dr. Aroldo.

Dr. Aroldo fala ainda do tratamento imunoterápico. "A introdução da imunoterapia específica para alérgenos indicada e realizada por médico qualificado é um tratamento eficaz e seguro para asma e rinite alérgica. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, o efeito da imunoterapia pode interferir no curso natural da doença alérgica e em alguns casos promover sua cura".