Qual será o nome da gripe que vai “pegar” boa parte dos soteropolitanos depois do Carnaval 2019? A doença é tão comum depois da Folia de Momo que há alguns anos até ganhou um apelido: o nome da música que mais faz sucesso na festa. Brincadeiras à parte, o fato é que ninguém gosta de ficar gripado. Já que é assim, o melhor a fazer é adotar medidas para prevenir a doença. Outro problema comum nesse período que também pode ser evitado é a lesão auditiva causada pela exposição prolongada ao som muito alto.
Aglomerados de pessoas formam o ambiente perfeito para a disseminação de infecções virais. Isso acontece através dos vírus respiratórios, que são expelidos nas secreções nasais ou saliva e eliminadas quando o indivíduo tosse, espirra ou fala. Mesmo sabendo dos riscos, dificilmente alguém vai deixar de participar da festa por esse motivo. Alguns cuidados, porém, podem ser adotados por quem vai cair na Folia.
De acordo com o otorrinolaringologista do INOOA, Pablo Marambaia, algumas dessas medidas são lavar as mãos sempre que possível e evitar o compartilhamento de copos e latinhas. Dormir pelo menos oito horas por dia, caprichar no consumo de água (sucos naturais e água de coco também ajudam na hidratação) e alimentar-se adequadamente, priorizando o consumo de alimentos leves como frutas, verduras e legumes, ajudam a aumentar a imunidade. Também é recomendável evitar a exposição excessiva ao sol e abusar do protetor com filtro solar.
Os sintomas das viroses, tais como febre, congestão nasal, moleza aliada à mialgia (dores pelo corpo) e dor de cabeça começam a aparecer cerca de cinco dias após a infecção. Só que algumas pessoas que vão para a festa já estão contaminadas e espalham o vírus mesmo sem sentir nenhum sintoma. Isso acontece devido ao período de incubação do vírus, que vai desde a infecção até o aparecimento dos sintomas. “O vírus da gripe, por exemplo, tem média de incubação de dois dias. Isso significa que uma pessoa infectada pode eliminar o vírus nas suas secreções até 24 h antes dos sintomas”, explica o especialista. Normalmente, os sintomas desaparecem em poucos dias, mas especialistas advertem sobre a necessidade de hidratação, repouso e boa alimentação. Além disso, claro, o paciente deve procurar o serviço de saúde para orientações e cuidados.
Som alto – Tão importante quanto prevenir infecções como a gripe no Carnaval é evitar lesões auditivas. Neste sentido, manter certa distância dos trios elétricos e caixas de som já ajuda bastante. Para músicos ou pessoas que não podem se distanciar dos altos ruídos por motivo de trabalho, por exemplo, o infectologista do INOOA, Pablo Marambaia, recomenda o uso de tampões. Este cuidado é essencial já que “uma única exposição a sons intensos pode deixar sequelas como perda auditiva permanente ou zumbido”, alerta o especialista.
O médico lembra que mesmo quem não vai para a festa se expõe a este problema quando, por exemplo, passa horas no computador ou no celular usando o fone de ouvido, que nem sempre é higienizado adequadamente, o que pode causar pequenos traumas na pele do canal auditivo, facilitando a entrada de fungos e bactérias no ouvido e causando otites. “Ouvir som em volume alto pode prejudicar a audição de uma pessoa para sempre. Se alguém ao lado já está ouvindo o som do fone é porque o volume pode estar alto demais. O tempo de exposição também é determinante. O ideal é intercalar períodos de exposição com o chamado repouso auditivo”, frisa.
Vale lembrar que além de gripes e lesões no ouvido, diversos outros problemas frequentes nesse período podem ser evitados com bom senso. Não misturar direção e consumo de bebidas previne acidentes; escolher bem os alimentos consumidos nos dias da festa reduz as chances de ocorrência de uma intoxicação alimentar; usar camisinha protege a pessoa contra Doenças Sexualmente Transmissíveis, evitar o consumo excessivo de álcool e o uso de drogas impede atitudes violentas, agressões, doenças e mortes. “Feliz é aquele que sabe curtir se cuidando e preservando a vida dos demais foliões. Agindo assim, todo mundo ganha”, finaliza o médico do INOOA.
Criado em 1996, o INOOA é um centro especializado no tratamento das doenças do ouvido, nariz e garganta, que também atua no diagnóstico e tratamento de alergias, distúrbios do sono, tosse crônica e do refluxo laringo-faríngeo. Em suas unidades próprias, localizadas na Avenida ACM e na Paralela, em Salvador, o INOOA realiza procedimentos cirúrgicos em regime de hospital dia. Além disso, o centro se caracteriza como uma organização educacional com pós-graduação e especialização em otorrinolaringologia e áreas correlatas.